Curso de pilotos da PM ganha primeira aluna do sexo feminino

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Em qualquer aspecto, a aviação sempre foi um território pertencente ao sexo masculino. Mas no Grupamento Águia, da Polícia Militar de São Paulo (SP), responsável pela operação dos helicópteros Esquilo, Lara Carolina Duarte, primeira aluna do curso de piloto, vai ganhando destaque.

Lara, que ocupa o posto de Tenente, é a primeira mulher que deverá se formar como piloto da unidade, mas nem por isso perde seu charme feminino. Como toda mulher, arruma o cabelo e se preocupa em combinar a cor do elástico com a das presilhas: “A mulher, aos poucos, está alcançando locais inexplorados [na sociedade]”

Nesta semana, a tenente se tornou a primeira aluna do curso de pilotos da PM de São Paulo. Não apenas quebrou uma histórica predominância masculina no comando dos helicópteros da polícia paulista, mas também passou em primeiro lugar.

“Estamos mostrando que também somos capazes, que temos total condição de preparar e assumir funções diferentes. Desde que veio a vontade de entrar para a Polícia Militar a minha intenção era entrar para o Grupamento Aéreo. Prestei ano passado e não tive êxito, mas continuei treinando e aguardando a abertura do concurso novamente”, explica.

Apenas oficiais com dois anos de experiência ou mais podem prestar a prova. A primeira fase, eliminatória, é de testes físicos: subida na corda, abdominal, corrida, natação, flutuabilidade e pórtico (travessia em altura). A segunda consiste em provas psicológicas: dinâmicas de grupo, simulações de ocorrência e entrevistas.

“Sempre quis [pilotar]. Minhas intenções, estando na polícia, eram duas: queria voltar para minha cidade, sou de Sorocaba, e dando o tempo, prestar para o Grupamento Aéreo. É uma realização profissional e pessoal, ainda mais pelo fato de não ter piloto feminino no Estado de São Paulo”.

Porém, não é todo mundo que acha normal uma mulher comandando um helicóptero, ainda mais militar: “Não venho de uma família militar. No começo, o pessoal achou um pouco diferente, até por não ter contato direto. Mas assim que mostrei como seria a realidade, tive total apoio. Quando começou o concurso, que comecei a ir atrás desse sonho, eles apoiaram, torceram. O pessoal foi acompanhando pelas redes sociais e me ligaram para me dar os parabéns“, explica a futuro piloto.

Mas foi de casa que veio o maior apoio, de seu marido, que também é policial militar e nutre o mesmo sonho de pilotar: “Ele também é policial, mas nos conhecemos ainda no mundo civil. Temos os mesmos ideais, e a aviação é uma afinidade”.

Parabéns, Tenente! Sucesso nas missões!

Por Antonio Ribeiro
Imagem: Raul Zito 

Renato Cobel
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