Familiares das vítimas do voo Gol 1907 realizam missa para lembrar os seis anos do acidente

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Nesse sábado (29), vários familiares e amigos das 154 vítimas do voo Gol 1907 se reuniram na Catedral Rainha da Paz, em Brasília (DF) para celebrar uma missa em homenagem aos mortos.

No Memorial das Vítimas, situado no Jardim Botânico, os familiares se reuniram exatamente às 16h59, horário que ocorreu a colisão entre o Boeing 737-8EH prefixo PR-GTD e o Embraer 135 Legacy, prefixo N600XL. Os parentes soltaram 154 balões brancos, e além disso, o nome das vítimas estavam escritos em aviõezinhos pretos de origami.

A cerimônia também serviu para a cobrança de uma punição mais rigorosa para os pilotos americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, que pilotavam o Legacy que colidiu com o Boeing. Os pilotos foram condenados em primeira instância por negligência e imperícia a quatro anos e quatro meses de prisão em regime aberto. No entanto, a pena pode ser revertida à prestação de serviços à comunidade nos Estados Unidos. Vale lembrar que alguns familiares já se reuniram com autoridades em Julho desse ano.

“Queremos que seja mantida a condenação com prisão de quatro anos e que não haja reversão de pena para serviço prestado à comunidade”, afirmou Rosane, viúva do passageiro Rolf Gutjahr. Rosane também quer que a licença dos dois pilotos seja cassada. Os pilotos do Legacy saíram ilesos após a colisão, e conseguiram pousar o jato na Base Aérea da Serra do Cachimbo, no estado do Pará. O jato ficou estacionado por um bom tempo, até seguir para os Estados Unidos, onde foi vendido.

Os 154 ocupantes do voo da Gol morreram na colisão, já que o avião se despedaçou a 37 mil pés de altitude. As vítimas eram do Distrito Federal e de outros estados brasileiros como Amazonas, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo.

O processo que apura as responsabilidades do acidente está em tramitação no Tribunal Regional Federal (TRF-1), em Brasília, sob relatoria do desembargador Fernando da Costa Tourinho Neto. A ação foi distribuída à terceira turma do TRF e três desembargadores vão julgar o caso.

Em entrevista concedida em 2011, o advogado José Carlos Dias, que defende os pilotos norte-americanos, disse que os pilotos se declaram inocentes e que eles foram induzidos a cometer erros. “Nós sustentamos a tese de inocência. Por isso, eles não podem ser responsabilizados por um crime pelo qual não praticaram nenhum ato doloso. O que houve foi uma falha técnica do sistema aéreo brasileiro”, argumentou.

Carlos Dias disse que os pilotos foram tão vítimas como os passageiros do voo 1907, só que eles sobreviveram. No entanto, a Associação das Vítimas e o MPF argumentam que os pilotos do Legacy teriam levantado voo com o TCAs e com o Transponder (SSR) desligados.

Por Antonio Ribeiro
Imagem: Reprodução 

Renato Cobel
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