A maior recompensa

posted in: Alexandre Sales, Artigos | 8

Volta e meia penso em relatar aqui no CP algumas histórias pessoais que vivo, e creio que essa, ocorrida na última quarta-feira, merece destaque para exemplificar um detalhe.

O CP já está no ar desde 2010, devido a isso não é raro eu esbarrar com leitores e fãs do site nos aeroportos, shows aéreos, ruas, metrô, e por incrível que pareça, até em banheiros e nas fonias de coordenação da TMA-SP. Porém, por vezes, já recebi mensagens de alguns que informaram que me viram passando em algum local, mas não foram falar comigo por vergonha, ou por eu estar “com cara de sério/ocupado”. Portanto venho a seguir relatar a minha visão desses encontros corpo a corpo com o pessoal que acessa o CP, e desde já me desculpo por não recordar o nome de todos.

Sempre que vou fazer um voo em Jundiaí (SBJD), interior SP, repito a mesma rotina para ir e voltar do aeroporto: táxi da rodoviária até o aeroporto de modo contínuo, e no retorno, táxi do aeroporto à rodoviária após uma espera de 10 à 15 min, ambas fazendo parte da minha rotina que dura 4h para ir à Jundiaí, e outras 4h para voltar para minha casa no litoral do estado.

Eis que nesse último voo, na área da rodoviária escuto alguém gritar: “Oscar Lima Alfa!” – Era um piloto da executiva, que me reconheceu pelo Canal Piloto, a após alguns minutos de conversa sobre a iniciativa do CP, disse que iria ao aeroporto no carro de sua irmã que o iria apanhar na rodoviária, e assim ofereceu uma carona.

Nos minutos de aguardo ele contou parte de sua história, citando que foi INVA na EJ, e porque via na aviação executiva a melhor opção para o caso dele. Após diversas dicas sobre ambas as áreas, ingressamos no carro que havia chegado, sob o comando de sua irmã que também trabalha no aeroporto, e veio a nos deixar na sala AIS onde ele iria encontrar sua aeronave em um pátio próximo, e eu iria passar o Plano para o meu voo do dia. Já comecei o dia bem.

Chegando para me apresentar ao voo, fiz o briefing com a INVA e fui preparar a aeronave. Eis que após abastecer a mesma, drenar, e finalizar o check pré-voo, enquanto me encaminhava para guardar o recipiente de dreno, encontrei outro leitor do CP que foi me cumprimentar, citando que veio fazer o teórico intensivo no local, e após alguns minutos de conversa sobre o CP e sua formação, outro aluno, aparentemente da mesma turma, se juntou a conversa, e enquanto aguardava a INVA chegar, ficamos conversando por alguns minutos e tiramos fotos juntos próximo ao local. Foi uma alegria a mais para meu dia.

Ao se despedirem, mais uma dupla chegou para me cumprimentar, mas dessa vez eram “conhecidos de internet”, Cmte. Velotti e sua esposa Nina, com os quais já falava há tempos via internet mas nunca os tinha conhecido pessoalmente, e por um mero acaso o pudemos fazer. Após mais alguns minutos de conversa a INVA retornou, nos despedimos e parti para meu voo. Um ponto a mais para o dia.

No retorno após o pouso, a INVA foi iniciar os relatórios do debriefing e eu fiquei fazendo o check de abandono na aeronave. Antes de me dirigir à sala de debriefing, fui lavar o rosto em um dos banheiros, eis que no retorno de lá, já andando pelo pátio, mais um leitor do site me chama pelo nome, e nos minutos de conversa me informa que dentre outras coisas, só estava fazendo o teórico ali devido as dicas que pode consumir através do CP. Mais um aperto de mão e mais alguns sorrisos para a lista.

Já tendo finalizado o debriefing, saquei meu celular para ligar para o táxi, foi quando vi um SMS de Nina informando que ainda estava na área de carro, e se precisasse de carona era só ligar, e assim o fiz. No caminho até a rodoviária fomos conversando sobre nossos voos na EJ e sobre a saga que é conseguir conciliar voos constantes juntamente com nossa agenda profissional. Na hora de desembarcar, ainda ganhei de presente uma cópia do “Manual do Treinamento do ‘Pilôto’ Civil”, da década de 40, raridade essa que fui lendo nas 4h de retorno até minha casa.

Mas por quê relatar esses encontros? Não é para exibir minha possível “fama”, afinal, fama é algo totalmente diferente, eu não apareci em nenhuma novela da Globo, não fui ator em nenhum filme, não fiz parte de um viral da internet, e certamente não me destaco pelo meu nível de beleza, o que ocorre na verdade é o “reconhecimento”, ato que é expresso em cada aperto de mão, em cada agradecimento, em cada sorriso e em cada foto tirada.

Se você, envergonhado, acredita que sua abordagem iria me incomodar, saiba que é justamente esse “incômodo” que me faz ir dormir realizado sabendo que as horas diárias de dedicação ao CP realmente valem a pena.

São momentos que certamente não teriam ocorrido, são pessoas que dificilmente eu teria conhecido, se não fosse a nossa iniciativa e o apoio de vocês.

A maior recompensa é o reconhecimento daqueles que, até então, você não conhecia.

Nos vemos por ai!

Abs

Sales

Alexandre Sales
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