Mesmo com o crescimento no número de passageiros, quantidade de voos diminui

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Um fato deveras preocupante na atual Aviação Comercial é a queda no número de voos e destinos oferecidos pelas empresas, enquanto que o número de passageiros vem crescendo. Várias cidades possuem a estrutura necessária, mas deixaram de oferecer os voos outrora servidos.

Luis Sena está passeando em São Paulo (SP). Foi de avião, mas quando for para a cidade natal, Jequié (BA), só de ônibus ou carro. Jequié fica a 365 quilômetros de Salvador. É uma cidade pequena, mas possui um aeroporto, que atende os 150 mil habitantes da cidade:

“Há mais de 10 anos já funcionou voo regular de pequenas aeronaves, mas foi desativada. A dificuldade é justamente, em um momento de precisão, acompanhamento médico, visitar um parente, e ter que se submeter a uma empresa de transporte e ônibus, que leva no mínimo seis horas de viagem para a capital”, explica.

As empresas brasileiras deixaram de voar para nada menos que dez cidades brasileiras. Não é difícil entender o motivo dessa redução, ao menos para o consultor André Castellini:

“O transporte nas grandes rotas é o equivalente hoje em dia ao transporte rodoviário, transporte de ônibus, enquanto na aviação regional continua sendo o equivalente de um táxi, ou pelo menos de uma van, é um transporte ainda caro por assento transportado”, explica.

Enquanto isso, nos grandes centros, a oferta de voos aumenta cada vez mais, mesmo com os aeroportos saturados. Em dez anos, a quantidade de voos domésticos quase dobrou, de acordo com a ANAC: Passou de 643 mil para 1,073 milhão no ano passado.

De acordo com um levantamento, o número de passageiros quase triplicou de 2003 para 2012, e chegou a 107 milhões de passageiros em 2012. No mesmo período, o valor da passagem caiu pela metade. O avião ficou mais popular e as empresas mais eficientes:

“Se utilizando aviões maiores, colocando mais assentos dentro dos aviões, simplificando o serviço de bordo”, explica o consultor.

De acordo com André, o desafio é acompanhar o crescimento da demanda, que deverá triplicar em 15 anos. Quem sabe assim o Seu Luis vai conseguir voltar mais rápido para Jequié.

Por Antonio Ribeiro
Imagem: Copa 2014

Renato Cobel
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