Nesse sábado (12), o Ministério da Defesa Nacional do Canadá afirmou que foram encontradas peças falsificadas nos displays da cabine de dezessete Lockheed C-130J Hercules da Força Aérea Canadense.
Segundo o Ministério, as peças não representam nenhum perigo para a segurança de voo, muito menos obriga a frota a ficar no chão. Sendo assim, as peças serão substituídas conforme necessário.
Uma investigação comprovou que os chips eletrônicos que foram reprocessados na China e instalados nas aeronaves podem deixar as telas em branco em pleno voo. Além disso, o governo canadense está ciente do fato desde Julho passado.
Depois de 14 meses de investigação, a poderosa Comissão dos Serviços Armados do Senado dos EUA concluiu ainda em 2012 que os chips falsificados foram instalados em outros equipamentos além das aeronaves citadas, e que as falhas que poderiam ocorrer durante a operação podem resultar em ‘consequências catastróficas’.
As falhas podem deixar os pilotos voando às cegas, sem nenhuma informação sobre altitude, velocidade, localização geográfica fornecimento de combustível, do desempenho do motor ou até mesmo mensagens de alerta.
Porém, uma porta-voz do Ministério de Defesa Nacional canadense disse que a fabricante Lockheed nos EUA não relatou falhas das unidades de exibição de cockpit em qualquer aeronave em todo o mundo, e que não existem possíveis limitações operacionais.
Durante as revisões de rotina ou checks mais pesados, essas peças serão monitoradas, testadas e removidas caso quaisquer componentes não estejam nos conformes previstos.
Nota adicional: Conforme descrito acima, existe uma divergência se o problema é apenas uma pequena pane ou se é uma falha que pode causar acidentes. O C-130J é predominentemente digital nos instrumentos, o que torna praticamente impossível o voo caso aconteça uma falha nos displays.
É difícil saber quem está mais preocupado com a situação, já que o Canadá sabe do problema desde Julho passado, e, assim como a Lockheed Martin, não tem dado muita importância. Para que seja solucionada esse problema, será necessário um incidente ou acidente grave?
Por Antonio Ribeiro
Imagem: Lockheed Martin