Na maioria das guerras, os equipamentos são os primeiros passos para determinar vantagens de cada nação, seja por terra, água ou ar. Às vezes, um “frágil” veículo terrestre pode mudar toda a situação de uma batalha, e se mostra tão útil que pode entrar para a história com seus feitos. Foi assim com o Jipe.
As origens para o nome Jipe (Jeep) são difíceis de serem verificadas, em meio a tantas teorias. A mais aceita hoje consiste na designação militar: GP (para fins de governo ou de Uso Geral). A sigla do Ford GPW foi composta da seguinte forma: “G” para o uso governamental, a letra “P” para designar o uso de polegadas, que era em torno de 2.000 mm, e o “W” para indicar Willys-Overland, que era o motor projetado para ele.
Na Segunda Guerra Mundial, os Jipes realmente foram usados para o uso geral. Os EUA tinham uma média de 150 jipes para cada regimento de infantaria, e suas finalidades incluíam atender instalações de cabos, combate a incêndios, ambulâncias, tratores e tráfego sobre trilhos. Eles realmente eram famosos no mundo inteiro por essas finalidades.
Mas por que estamos falando de jipes em um site de aviação? Pois é: com toda essa versatilidade e utilidade para serviço geral, por que não fazer essa máquina tão útil voar? Raoul Hafner teve essa brilhante ideia, de tentar juntar o útil ao agradável.
Seu protótipo consistia colocar uma asa rotativa em um Willys MB. Sua intenção era fazer um veículo off-road voar até o local desejado, pousar e se locomover a partir dali. Esse projeto estranho só se mostrou funcional quando o Willys MB provou ser resistente a uma queda de 2,35 metros, sem sofrer nenhum dano. Então, um rotor de 12,4 metros de diâmetro foi anexado a ele, junto com uma carenagem e “barbatanas”, sem leme de direção. As especificações não apresentam o tipo e nem potência do motor.
Em novembro de 1943, o veículo foi rebocado por um caminhão (Diamond T), porém sem obter sucesso pela baixa velocidade. Após vários testes, foi determinado que ele precisaria atingir velocidades superiores a 72 km/h. Após ser rebocado por um bombardeiro Whitely, ele atingiu uma velocidade de 113 km/h e conseguiu voar por 10 minutos, em uma velocidade de 105 km/h, mantendo 400 pés. O projeto foi descrito como “altamente satisfatório”.
O Rotabuggy só não teve continuidade porque, com a chegada de aeronaves destinadas exclusivamente para o transporte de equipamentos terrestres, o jipe voador foi descontinuado. Uma réplica do Rotabuggy está exposta no “Museum of Army Flying”, Inglaterra.
Saiba mais:
- Sky Commuter: Melhor em torrar dinheiro do que qualquer outra coisa - 10/02/2015
- Antonov no Brasil, mais provável do que imaginamos - 09/02/2015
- Combate a incêndios: A tecnologia atual - 04/02/2015