A-40 – O tanque voador

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Muitas pessoas acharam que era falsa a imagem da vitrine, ainda mais se tratando dos Soviéticos. Eles vão ao extremo do limite da engenharia e da física e fazem dar certo, ainda mais se for se tratando de equipamentos bélicos.

Durante a Segunda Guerra, a Antonov fez uma tentativa um tanto inusitada de juntar o poder blindado com o poder aéreo, assim permitindo que um tanque de guerra planasse para o local de combate após ser rebocado por outra aeronave, no entanto, o projeto que seria nomeado de A-40 Krylya Tanka não veio a funcionar.

Com base nesse mesmo projeto, ao invés de carregar tanques de guerra em planadores, como já haviam falhado, as forças Soviéticas amarraram alguns T-27 na fuselagem de bombardeiros pesados e os pousavam em campos de pouso.

Na década de 30, haviam alguns experimentos para adaptar pára-quedas nos tanques, ou simplesmente soltá-los na água. Durante a ocupação de Bessarabia em 1940, alguns tanques leves poderiam ter sido soltos por bombardeiros Tupolev TB-3.

O maior problema com veículos lançados ao ar é que sua tripulação era lançada separadamente, o que poderia atrasar ou ser impedido de trazê-los à linha de batalha. Os planadores permitiam à tripulação chegar no ponto de descida juntamente com seus veículos. Isto também poderia minimizar a exposição das aeronaves que os traziam, que desta forma não precisavam sobrevoar o local da batalha. A partir destes fatos, a Força Aérea Soviética ordenou que Oleg Antonov projetasse um planador para pousar seus tanques.

Então Antonov foi ainda mais ambicioso e ao invés de construir um planador, ele adicionou um berço desmontável ao T-60 com grandes asas biplanas de madeira e lona, além de uma cauda dupla. Desta forma o tanque poderia planar até o campo de batalha, soltar suas asas e logo estar pronto para voar novamente.

Em 1942, um T-60 foi convertido em um planador, para ser rebocado por um Petlyakov Pe-8 ou Tupolev TB-3. Para o uso aéreo, foram removidos armamentos, munição, luzes e deixando-o com uma quantidade bem limitada de combustível. Ainda com essas modificações, o bombardeiro TB-3 teve que soltar o planador durante seu único voo em 2 de Setembro de 1942, afim de evitar uma colisão, devido ao extremo arrasto criado pelo T-60 (apesar de ter sido reportado que o tanque planou suavemente). O A-40 foi pilotado pelo famoso piloto experimental de planadores soviéticos Sergei Anokhin. O T-60 pousou em um campo próximo ao aeródromo, e após soltar as asas e sua cauda, o piloto retornou para a base com sucesso. Devido a falta de uma aeronave com potência suficiente para rebocar o planador a 160 km/h, o projeto foi abandonado.

A União Soviética continuou a desenvolver métodos para lançar eficientemente veículos pelo ar. No meio da década de 1970, foram capazes de lançar com pára-quedas um BMD-1 com sua tripulação à bordo.

Andrews Claudino