História das Companhias Aéreas – Capítulo 80

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Desde o momento em que a aviação comercial começou a atingir distâncias internacionais, a estratégica localização geográfica do Panamá passou a chamar a atenção das principais companhias aéreas mundiais. Mesmo nos dias de hoje, a cidade do Panamá serve como um hub a companhias de todo o mundo, que por ali ingressam nas Américas vindo de outros continentes. Mesmo as companhias locais conseguem cobrir praticamente todo o continente apenas com aeronaves de médio alcance, sem a necessidade de equipamentos com maior autonomia, simplesmente utilizando o aeroporto de Tocumen, na cidade do Panamá, como ponto de parada.

No final da década de 1920, essa vantagem geográfica já era explorada pela colombiana SCADTA, atual Avianca. Tal como uma mina de ouro, no entanto, a localização estratégica não permaneceria por muito tempo sendo explorada por um exclusivo privilegiado. E foi assim que, em 1929, a Pan Am criou uma Joint Venture com a Grace Shipping Company, dando origem à Pan American Grace Airways, ou simplesmente Panagra.

A criação da Panagra permitia a um passageiro da Pan Am embarcar em um hidroplano Sikorsy S-42 no aeroporto de Miami com destino a Colon, no Panamá. Lá, o passageiro poderia pernoitar antes de seguir viagem em uma das aeronaves DC-2 ou DC-3 da Panagra, levando-o a destinos na América do Sul que se estendiam até Buenos Aires. Cruzar as américas dessa forma levava em torno de quatro dias, mas ainda assim, a viagem levaria um dia a menos do que se fosse feita através dos voos da Pan Am que, naquela época, margeavam a costa brasileira. Esse tempo reduziu-se ainda mais quando, com o fim da Segunda Guerra Mundial, as aeronaves civis foram autorizadas a efetuar voos noturnos, permitindo que os DC-6 da Panagra voassem de Miami a Buenos Aires em 20 horas e 25 minutos.

Ao ingressar na era dos jatos utilizando aeronaves DC-8, na década de 1960, a Panagra já atendia destinos americanos como Los Angeles, Miami, Nova Iorque e São Francisco. Ao sul, seus destinos incluíam cidades como Buenos Aires, La Paz, Lima, Quito e Santiago do Chile. Em 1967, a Panagra foi adquirida pela Braniff Airlines, tendo uma rápida volta ao cenário da aviação comercial na década de 1990, quando operou sob marca própria utilizando aeronaves Boeing 727-200.

Luiz Cláudio Ribeirinho
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