Formação de Piloto Comercial nos EUA 13

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Saudações leitores do Canal Piloto. 

Meu nome é Roger Marcellus e essas é a coluna Formação de Piloto Comercial nos EUA.

Nesse mês de Junho eu estive extremamente ocupado. Fui visitar algumas escolas de aviação nos Estados Unidos para escolher uma escola com um programa profissional melhor que a GT Aviation.

De acordo com meu cartão de passageiro frequente eu voei (como passageiro comercial) um total de 11 mil milhas nesse mês. Foram 3 vezes para a Flórida e uma vez para o Oregon. Essa semana eu gostaria de lhes contar um pouco mais sobre a aviação comercial nesse país.

Quando falamos em empresas aéreas nos EUA pensamos logo nas gigantes do setor. A grande maioria já sabe que o serviço oferecido por essas empresas é, basicamente te levar inteiro (ou quase) do ponto A para o ponto B, no horário. Confesso que fiquei extremamente impressionado com o serviço em um dos voos.

Mas não é sobre isso que estamos aqui hoje: Estamos aqui para falar sobre a coisa mais interessante para todo amante da aviação: Os aviões.

Assistir a dança das aeronaves sempre foi uma das coisas mais divertidas para mim, vendo os 737’s e os A320’s indo e chegando e claro os widebodies nas tardes em GRU já me deixavam feliz. Mas quando vejo a dança das aeronaves aqui nos EUA, eu fico completamente maluco.

São as mais variadas aeronaves em terminais que deixam meu querido e amado Guarulhão no chinelo. Vemos MD-80 e familiares (os MadDogs) voando as principais rotas na costa leste. Temos também vários CRJ’s e ERJ’s, A320’s e familiares B757’s e alguns outros tipos que aparecem com uma menor freqüência.

O grande problema da aviação comercial nos EUA é a qualificação necessária para chegar ao posto de Primeiro Oficial (o com e velho copila). Vocês devem estar se perguntando “como assim a qualificação necessária?” A resposta é simples, antigamente era necessário somente a licença de piloto comercial, IFR e Multi para poder trabalhar para as express da vida.

Após o acidente da Colgan Air em Buffalo, NY o DOT (Departamento de Transportes), junto com o FAA, propuseram uma mudança na legislação (as FAR’s, lembram?), onde se torna necessário possuir 1500 horas de voo para poder assumir qualquer posto como primeiro oficial de aeronaves operando sob um voo comercial regular com mais de 9 assentos.

Já recebi algumas perguntas do tipo quanto ganha um copila com poucas horas nos EUA. A resposta é 25 mil dólares. Parece uma boa quantia agora vem a surpresa, 25 mil dólares por ano. Isso mesmo são 2083 dólares por mês menos os impostos são +/- 1450 dólares por mês.

Veremos quanto tempo essa restrição ira durar, pessoalmente eu espero que bem pouco tempo, pois as empresas regionais já estão reclamando que não conseguem encontrar pilotos que aceitem trabalhar por esse salário. Podemos estar vendo o fim da aviação regional na terra do Tio Sam, ou talvez o mercado acabe se adaptando como sempre fez.

Eu espero que fique mais fácil conseguir emprego como FO nos próximos meses. Pois, por não ser americano, não posso dar instrução sem pagar uma fortuna em escolas de aviação especiais para estrangeiros.

Concluindo o mercado de aviação nos Estados Unidos é enorme, fascinante e muito dverso. Porém como brasileiro, voar por aqui exige um planejamento e metas muito bem traçadas de seus objetivos pessoais e profissionais. Gastar 185 mil dólares para ter sua licença de ATP pode ser ou não muito interessante.

Pense bem, e nos vemos semana que vem. 

Roger Marcellus
roger.marcellus@icloud.com
Twitter:@rmarcellus

Renato Cobel
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