Formação de Piloto de Planador – Voo 07

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Boaaaa!!

  Estamos começando mais um relato da nossa coluna de formação de planadores!

  Agora vamos começar a quarta série, que tem como principais manobras a glissada, centralização de térmica e controles na decolagem e pouso. Para nos preparar para a quinta série que já faz parte do segundo estágio, vamos começar a mentalizar o princípio do “dentro e fora” que vou explicar ao longo deste relato.

  Domingo, dia 30/09/2012, depois de uma ótima noite de sono acordei cedo para não perder o horário, e deu certo. Pontualmente às 8h e 30min estava na sede do aeroclube, seria o terceiro a voar naquele dia. O dia estava bom, previsão de vento calmo, céu aberto e muitas térmicas.

  Chegando ao aeroclube fiquei sabendo que nosso rebocador havia saído para um vôo de instrução e voltaria lá pelas 10h e 30min local.

  Enquanto isso eu e os outros alunos tivemos um pequeno tutorial de como preencher a C.I.V. (Caderneta individual de voo) e assim o fizemos. Preenchi meus seis vôos e agora preciso correr atrás das assinaturas de alguns instrutores.

  O pessoal foi chegando e para a nossa surpresa o rebocador chegou um pouco antes do esperado, porém nessa hora o briefing já havia sido feito e os dois planadores inspecionados e retirados do hangar.

  Com a operação completa começamos o translado das aeronaves para a cabeceira 18 mediante autorização do solo e prévia abertura das velas um, dois e três limitado à 1200m, portanto, 5500 pés. A vela três, que ocupa o setor E do aeroporto só pode ser voada caso sejam superados os 900m ainda no setor W do aeroporto, nesse caso o cruzamento da pista é autorizado, pois a altitude de circuito das aeronaves a motor já foi superada.

  Chegando à cabeceira, montamos tudo e deixamos o PZA pronto, mas logo depois do acionamento da aeronave rebocadora (HRS) a pista em uso foi alterada e deveríamos nos deslocar para a cabeceira 36. Apesar de toda a dor de cabeça, foi uma boa, pois sabíamos que as chances do vento mudar de novo eram pequenas, apesar de a meteorologia indicar que o dia todo seria na 18.

  Fizemos três vôos com dois planadores até que chegou a minha vez.

  Preparei-me, fiz as inspeções da aeronave e logo o rebocador estava alinhando para a nossa decolagem. Finalizei o procedimento de solo com o rápido check de cabeceira (Canopi, cintos, spoiler, lastros, vento e tráfego).

  Com tudo certo, corda esticada, dei o ok para o corredor de asa e logo o HRS estava nos guiando até a pista. Nesse ponto, ele aplica toda sua potência e iniciamos nossa corrida. Estava tudo em minhas mãos, o vento estava um pouco de través, mas fraco. Coordenei os pedais e quando fui tirar o PPD do chão, percebi que o vento estava cada vez mais forte à medida que subíamos. E ficava mais difícil controlar, mas mesmo assim consegui manter um pouco mais a direção do nariz e melhorar minha decolagem.

  Aqui entra o exercício do “dentro e fora”. Conforme vamos subindo, o instrutor pergunta ao aluno se naquele ponto o pouso na pista, seja em frente ou com retorno, é possível ou se ele vai ter que pousar fora da pista, em algum campo, estrada, etc.

  O reboque foi meio turbulento, passamos por várias térmicas e à 900m desligamos do rebocador e começamos a procurar térmicas para subir bastante e tentar usar a vela três. Chegamos à 1100m e cruzamos a pista, passamos na vertical da rodovia dos bandeirantes pegando algumas térmicas e mantendo a altitude até que, chegamos próximos a anhanguera e não encontramos térmicas.

  Já atingindo 1000m, iniciamos um giro de 180º para retornar às velas um e dois. Passando na bandeirantes novamente, dava pra ver o aeroporto de Viracopos com bastante nitidez. Um belo cenário!!

  Voltando ao setor W, procuramos mais alguma térmica, conseguimos subir à 1000m novamente e iniciamos os exercícios da série.

  Basicamente a aula seria de glissada. Na glissada, inicialmente devemos dar um dos pedais até o batente e inclinar a asa contrária ao pedal suavemente, tentando manter a mesma trajetória, porém com o grande desvio do nariz. Nesse procedimento, o velocímetro fica totalmente alterado pelo vento relativo que atinge o pitot (que nessa aeronave fica bem no nariz).

  Para desfazer, devemos ficar atentos. O nariz dá uma boa guinada para o sentido contrário ao movimento, então, ficar esperto para corrigi-lo com o pedal.

  O exercício é bem tranquilo, mas os barulhos que ele faz assustam um pouco no começo.

  Tentamos achar mais alguma coisa lá em cima, mas estava difícil!

  Iniciamos a descida e em 400m da curva de espera à esquerda, ingressamos na perna do vento e fui instruído a respeito de como deveria pousar, repassando alguns pontos fracos do último pouso e reforçando os acertos.

  A curva base e aproximação foram boas, sobrevoamos a cabeceira em uma altitude segura e ideal, e logo à frente tocamos o solo. Arredondei bem a aeronave e o toque foi mais suave, só que o vento tava puxando um pouco pro lado e não corrigi os pedais como deveria e pousamos um pouco torto ainda. Mas estou melhorando!

  O dia ainda não acabou! No próximo relato conto da surpresa que eu tive no final do dia!

  Nosso relato dessa semana acaba por aqui, vejo vocês na próxima!

  Não deixem de dar uma olhada no meu blog e postem comentários!

Um abraço!

Carlos Eduardo Damasceno

Renato Cobel
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