Formação de Piloto Privado nos EUA 16

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Saudações leitores do Canal Piloto,

Eu sou Claudio Motta, e hoje vou falar sobre o meu 12° voo na Coluna de Formação de PP nos EUA.

O dia tinha começado como outro dia de aula qualquer, com a unica diferença que na mochila da escola eu levava meu logbook, kneeboard e o headset, pois após a aula eu tinha um voo marcado.

Quando tocou para o final da aula, liguei para minha mãe vir me buscar. No caminho liguei para o número que transmite o METAR, e anotei na kneeboard para economizar tempo.

Ao chegar lá, fui informado que o Mike estava com um aluno no simulador, e esperei até que a sessão do mesmo acabasse.

Durante a espera (de aproximadamente 10 ou 15 minutos) eu aproveitei para escutar a Atis e checar se a informação era a mesma que eu havia anotado alguns minutos antes, e depois fiquei explorando as Notams dos aeroportos da região em um computador na Flight Preparation Room.

Quando o Mike chegou, pegamos o kit da aeronave e fomos para o patio, e para minha alegria o N97019 estava a aproximadamente 20m da porta.

Durante a curta caminhada e a inspeção externa, o Mike me explicou que realizaríamos mais TGL’s para que eu pudesse me preparar para o solo.

O vento estava de 10 kt (se não me engano) quase paralelo à 13, então após autorizados, iniciamos o táxi até o lado oposto do aeroporto via C2, D, A. Ao chegar na intercessão da twy D com A, fomos instruídos a aguardar a passagem de um Citation (não consegui identificar o modelo) que estava taxiando do “Customs” até a McCreery.

Após a passagem do mesmo, prosseguimos com o taxi até a cabeceira da 13. Enquanto realizávamos o cheque de motor, o outro 172P da McCreery foi autorizado a decolar, sendo que eu chamei a torre após o mesmo decolar. Recebi um rápido “019 stand by” como resposta, provavelmente devido a outra aeronave chamando na frequência do solo (Na maior parte do dia um único controlador opera as 2 frequências). Após alguns segundos fui autorizado a decolar e realizar o circuito pela direita, e assim o fiz.

Os 3 primeiros TGL’s foram “normais”, sem nada fora dos padrões, porém a frequência ficou congestionada quando um MD80 da American livrava a ativa, um Cessna de matricula mexicana e com um inglês HORRÍVEL vinha do sul e o N65040 (o outro Cessna da McCreery) se enrolou e fez curva à direita quando foi instruido a curvar a esquerda (tambem aconteceu comigo em uma outra ocasião). Então para tentar agilizar um pouco a frequencia eu tentei falar um pouco mais rapido que o normal, e mesmo sem perceber o resultado foi mais ou menos assim:

“Mcallen tow, cessniner seven zee oniner rigdowin, fo the option runway 13” (onde o proprio Mike me falou depois que só entendeu claramente o ‘McAllen’ e o ‘Runway 13’) e como resposta recebi uma autorização de pouso que parecia que o controlador estava segurando a própria língua enquanto falava.

Hesitei em responder e por uma fração de segundo olhei para o Mike em busca de uma resposta e percebi que ele havia afastado o microfone da boca e estava rindo de mim =(, respondi bem calmamente pronunciando todas as silabas da forma correta, e em seguida comecei a rir de mim mesmo também.

Durante o resto daquele voo, sempre que eu cotejava alguma instrução da torre, o Mike me imitava com a ‘língua enrolada’ e dava uma risada.

Após o 7° TGL, livramos a pista e realizamos o táxi até o hangar. Após termos cortado o motor da aeronave, o pessoal de solo da McCreery veio para guardá-la. 

Após uma passada recepção, aonde tive meu logbook assinado, fui pra casa feliz, com mais uma horinha no logbook aguardando ansiosamente o solo.

Sala de espera em McAllen

(Imagem: Arquivo Pessoal)

Espero que tenham gostado,

Claudio Motta.

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Glossário

Logbook – Equivalente à CIV

Kneeboard – Prancheta

Customs – Imigração

“McAllen…13”“Torre McAllen, Cessna N97019, perna do vento 13 para TGL”

Renato Cobel
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