Formação de PPA 11

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Boa tarde caros leitores,

A coluna de hoje será sobre Estol, portanto PS09 – Estol com e sem motor.

A data correta desse voo é 01/12/2012. O TAF previa chuva para o período vespertino, portanto me adiante e sai um pouco mais cedo de São Paulo. A intenção era passar o final de semana em Bragança, porém como no outro dia voltaria logo pela manhã, não queria arriscar.

Durante a viagem lembrei que nesse dia estava ocorrendo o Aeronatal. Nunca tinha participado, porém o Aeronatal é um evento promovido pelo Aeroclube de Bragança Paulista principalmente para que crianças passem um dia no aeródromo conhecendo as operações e principalmente se divertindo com as atrações.

(Imagem de Luiz E. Mendonça)

Bom, cheguei em Bragança já deviam ser 11 horas. Na pista de acesso ao aeroclube já existia uma enorme fila de ônibus. A folia já tinha começado e a criançada corria pelo pátio. Me dirigi a secretaria e depois comecei a procurar meu instrutor em meio a toda a festa.

Após encontrá-lo, fomos brifar a manobra 

Estol é uma situação onde o avião perde sustentação, entrando em perda. No curso de Piloto Privado o objetivo principal não é colocar a aeronave nessa situação, mas sim saber identificar quando a aeronave está próxima ou no estol e saber recuperar.

Para colocar a aeronave nessa situação basicamente aumentamos o ângulo de ataque até estolar. Quando o estol ocorre, perdemos eficiência nos três comandos da aeronave. Essa perda ocorre na seguinte ordem: ailerons, profundor e leme de direção.

O avião da vez era o PP-HPA, um P56C com starter e rádio intercomunicador.

(Imagem de Luiz E. Mendonça)

Notificamos o voo e em seguida voltamos para o pátio para inspecionar a aeronave. As crianças estavam isoladas no pátio de baixo para segurança das operações.

Acionamos e seguimos para o ponto de espera da cabeceira 34. Check de cabeceira efetuado e tudo normal, o INVA assumiu e iniciou a decolagem. Decolados, eu assumi a aeronave e, subindo para 5000ft, aproei a SBR459.

Atingindo 5000ft começamos a manobra. Por segurança temos que estar a 2000ft AGL (Above Ground Level / Acima do Nível do Solo) para iniciar o estol. Além disso devemos estar com vento de proa, tomar uma referência e realizar o check de área.

90º a esquerda, 180º a direita e 90º a esquerda para retomar a referência e concluí o check de área.

Durante o treinamento do PPA são realizados 6 tipos de estol: 1º, 2º e 3º tipo com motor e 1º, 2º e 3º tipo sem motor.

Para começar o INVA pediu que eu fizesse o estol de 1º tipo com motor. Para isso, reduzimos o motor para 1800 RPM, cabramos suavemente até o “botão” da mistura ficar na linha do horizonte e seguramos nessa atitude até estolar. Quando o nariz começar a baixar, aplicamos todo o motor e cedemos o manche, mantendo o avião na atitude de voo reto horizontal. Quando atingir 80 MPH, reduzimos potência para 2100 RPM.

No estol de 2º tipo também reduzimos para 1800 RPM, porém colocamos a base do tanque inferior na linha do horizonte e seguramos assim, até estola. Durante a recuperação, quando o nariz cruzar a linha do horizonte se aplica todo o motor mantendo o avião em um mergulho bem suave. Quando atingir 60 MPH colocamos o avião na atitude de reto horizontal até atingir 80 MPH. Após 2100 RPM.

Por último, o estol de 3º tipo se inicia da mesma forma. Motor a 1800 RPM e dessa vez colocamos os pedais na linha do horizonte, segurando nessa atitude estolar. Assim que estolar e o nariz cruzar a linha do horizonte, manter o avião em um mergulho suave até atingir 60 MPH. Após, trazer o avião para o reto horizontal, aplicar toda a potência até 80 MPH e após colocar em 2100 RPM.

O que difere o estol com motor do sem motor é que antes da redução de potência e após aplicar toda a potência na recuperação, nós abrimos e fechamo o ar quente. Além disso usamos 1200 RPM para começar o estol. As atitudes e recuperações são iguais em ambos.

Quando terminamos de treinar todos os tipos com motor, o tempo já estava ficando meio fechado nas proximidades. Fizemos alguns sem motor porém começamos a nos aproximar de Bragança para retornar o mais breve, até porque as formações estavam vindo no sentido de Bragança.

Resolvemos voltar para Bragança para evitar problemas.

Aproamos SBBP e descemos para 3900ft para ingressar na perna do vento da 34. Giramos base, reta final, ar quente fechado, mistura rica e pista livre.

No solo controlado, livramos na da biruta e prosseguimos taxi até o pátio do aeroclube. Ficamos bastante atentos com a possibilidade de alguma criança pular a cerca de proteção e entrar na frente da aeronave.

A festa ainda continuava e cada vez mais cheia.

(Imagem de Luiz E. Mendonça)

(Imagem de Luiz E. Mendonça)

(Imagem de Luiz E. Mendonça)

No debriefing o instrutor informou que os estóis estavam saindo bons e que no próximo voo já poderia começar com os sem motor para matar logo essa missão.

Com tudo pronto, agora era aproveitar a folia.

No próximo voo terei que repassar os estóis sem motor.

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=inu7vbLv-_M]

 

Bons voos a todos!

Lucas Ferrão
lucas.magalhaes1995@gmail.com
Instagram:lucasmferrao

Renato Cobel
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