O planejamento para o orçamento de 2013 da INFRAERO gerou uma surpresa inesperada: A redução em R$ 600 milhões no valor previsto, passando de R$ 2 bilhões originalmente previstos para R$ 1,4 bilhão. O corte se deve à decisão do Palácio do Planalto de turbinar os gastos das estatais no próximo ano para R$ 110 bilhões, como forma de puxar o crescimento da economia.
A redução, porém, é temporária, tanto que a estatal já está revisando sua proposta orçamentária para negociar um aumento de pelo menos R$ 600 milhões, o que faria o capital para investimento voltar ao patamar de 2012.
Para elevar o orçamento da INFRAERO, o governo pôs como condição a elaboração de plano de melhorias nos aeroportos de médio porte que ficarão fora do pacote de concessões em elaboração pela SAC, previsto ainda para este ano.
O recuo ocorreu após uma constatação do governo que a concessão dos aeroportos de Campinas (SP), Guarulhos (SP) e de Brasília (DF) para a iniciativa privada exigia menos aporte da INFRAERO em obras no sistema aeroportuário nacional.
Somente esses três aeroportos receberiam R$ 450,55 milhões em melhorias previstas no Orçamento de 2012, mas até agora executaram R$ 156,8 milhões, que equivale a 34,8% do total autorizado.
O novo plano de infraestrutura para terminais médios é visto como uma forma de compensar o corte orçamentário, atendendo a meta do governo de melhorar o sistema aeroportuário até a Copa do Mundo de 2014. Caso atenda a demanda do Planalto com eficiência, a Infraero pode obter mais do que os R$ 2 bilhões para investimentos neste ano.
Ainda que não seja oficial, o órgão pretende usar 90% do orçamento de 2012. A expectativa é de que os gastos acelerem no final do ano, quando após concluir a fase inicial de implantação dos projetos, as obras ficam tecnicamente mais fáceis para as construtoras.
Por Antonio Ribeiro
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