Às 18h51 dessa terça-feira (17), completaram-se cinco anos da maior tragédia da Aviação Brasileira, o voo Tam 3054, operado pelo Airbus A320-233 PR-MBK. O voo partiu do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, rumo ao Aeroporto de Congonhas, situado em São Paulo, palco principal da tragédia. Cento e noventa e nove pessoas tiveram suas vidas ceifadas em uma fração de segundos, quando o avião se chocou com um prédio da Tam Express, situado na Avenida Washington Luís.
Para lembrar a data, foi inaugurado nesse dia (17), um memorial em homenagem às vítimas da aeronave e do solo, 187 e 12, respectivamente. Por uma incrível coincidência, estava chovendo e fazendo frio no dia do acidente, também uma terça-feira, e no momento da inauguração esse cenário se repetiu. Autoridades como o prefeito Gilberto Kassab compareceram à cerimônia de inauguração do memorial, tomada pela forte emoção dos presentes.
Para marcar a inauguração do memorial, após o minuto de silêncio, 199 lâmpadas LED no formato de estrelas postas no chão foram acesas para simbolizar as199 vítimas. No centro da praça, está uma amoreira, que resistiu à explosão. A árvore é considerada sagrada, e simboliza para os parentes um recomeço.
Cinco anos após a tragédia que matou 199 pessoas, nenhum dos denunciados pelo acidente com o Airbus A320 da TAM foi julgado. Enquanto o local exato do impacto foi transformado em uma praça e o aeroporto sofreu mudanças pontuais em rotinas da operação, parentes das vítimas ainda aguardam a conclusão do processo.
O Cenipa, a Polícia Federal e a Polícia Civil investigaram o acidente e apresentaram um relatório que apontava 11 responsáveis pela tragédia e a causa do acidente (erro dos pilotos), porém, apesar disso, nenhum dos onze responsáveis foi indiciado, mostrando a falta de agilidade da Justiça Brasileira.
Durante as investigações, o Cenipa produziu um relatório, com algumas recomendações para a Airbus, Tam, outras companhias aéreas, ANAC, INFRAERO e para o próprio Cenipa. Só para se ter uma ideia, a ANAC recebeu 33 recomendações, e a Tam recebeu o pedido de 23 mudanças. O órgão de investigações pediu reforço nos treinamentos das tripulações, fiscalização o monitoramento de aviões e pistas, além de cuidados durante pousos e decolagens.
A ANAC afirmou que revisou todos os regulamentos de aviação nesses cinco anos, e que houve uma redução nas operações do Aeroporto de Congonhas, além de algumas limitações para a Aviação Geral. Ainda de acordo com a agência, houve também a implantação das ranhuras na pista de pousos e decolagens, além do aumento da fiscalização da agência para com as companhias aéreas.
De acordo com a Airbus, novos procedimentos foram adotados, de acordo com as recomendações do Cenipa. Além disso, houve uma atualização dos procedimentos nos Manuais de Voo da Tripulação. Tam, INFRAERO e Cenipa informaram que todas as medidas solicitadas foram cumpridas, mas as duas primeiras não entraram em detalhes.
Por Antonio Ribeiro