Daqui a alguns meses, o novo Airbus A350 deverá fazer seu primeiro voo, entrando em serviço após receber todas as certificações necessárias. E para evitar perder um importante mercado, a Boeing monta como estratégia um novo 777, chamado internamente de 777X.
A fabricante americana vê como questão-chave do novo avião o tempo, mesmo que o lançamento do A350-1000 mostre sinais de atraso, entrando em serviço apenas após a segunda metade dessa década. E ao que tudo indica, a Boeing parece estar fazendo as decisões de tecnologia corretas no seu novo grande derivado bimotor.
Em comparação com o relativamente simples duplo alongamento do 787-10X (um outro projeto), o desenvolvimento de um avião com novos motores e novas asas dos atuais 777-200LR/300ER, para eventual entrada em serviço em 2019, é um trabalho muito maior em termos de custo, de tecnologia e de táticas de marketing.
Bem como opções importantes sobre o uso de compósitos nas inovações do sistema de asa e importante, sem dúvida, a maior decisão da Boeing é se vai usar a opção única ou dupla de motor, já que os dois modelos citados acima possuem apenas uma opção de motor cada.
A GE, adiantada para fornecer os motores para o novo derivado, está aderindo a um plano de teste de tecnologia para o GE9X para motorizar o 777X, mesmo com essa incerteza de desenvolvimento do avião por parte da Boeing. Mesmo assim, está executando esforços de demonstração de tecnologia para apoiar a certificação FAR33 do motor em 2018, e a entrada em serviço em 2019.
“Mesmo que a Boeing ainda esteja descobrindo o que eles querem fazer, nós estamos fazendo a tecnologia. É a coisa certa a fazer para a indústria”, disse William Millhaem, gerente geral do programa GE90.
Mesmo relutante em fornecer maiores detalhes, a GE talvez execute a a primeira versão de um novo núcleo para o GE9X já em 2014. Uma decisão final “Toll Gate 6” sobre a definição do projeto ocorrerá provavelmente por volta de 2015, com o primeiro motor iniciando os testes no prazo de 2016.
Dado este tempo, o motor seria testado em 2017, numa plataforma em voo Boeing 747-400 da GE, especialmente adaptado para esse tipo de testes, tendo a certificação prevista para 2018.
Por Antonio Ribeiro
Imagem: “Milad A380”