Boeing’s 767 da Transbrasil serão desmontados

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Como parte do programa Espaço Livre, que visa retirar carcaças de aeronaves de empresas falidas ou aviões apreendidos, o Conselho Nacional de Justiça divulgou nessa terça-feira (10), que os três Boeing 767-2Q4 da Transbrasil serão desmontados. Os laudos de perecimento das aeronaves já foram expedidos.

Os aviões, de prefixo PT-TAA, PT-TAB e PT-TAC estão abandonados em Brasília desde dezembro de 2001, quando a empresa suspendeu suas atividades. Os aviões estão sem motores, sem acabamento interno e com os painéis da cabine de comando destruídos, encontrando-se estacionadas na área operacional do aeroporto, gerando transtornos às empresas que atuam no local.

De acordo com o presidente da Comissão Executiva do programa Espaço Livre e juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça, Marlos Melek, dois aviões devem ser desmontados para serem vendidos como sucata e um avião irá a leilão inteiro, para preservar a memória da empresa falida.

Todos os valores arrecadados com o leilão irão para o pagamento de credores, principalmente os ex-trabalhadores da companhia. A previsão é que o leilão do avião inteiro ocorra até setembro.

A juíza Inah de Lemos e Silva Machado, da 19ª Vara Cível de São Paulo, que é a responsável pelo processo de falência da Transbrasil, foi quem autorizou o desmonte das aeronaves..

Um grupo de jovens empreendedores de Brasília planeja usar a carcaça abandonada de um Boeing 767 como espaço de trabalho coletivo para empresários. A ideia foi desenvolvida pelo advogado André Soares, de 27 anos, depois que ele viu aviões abandonados no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

Para Soares, não há em Brasília incentivos para quem está começando ou pensando em começar um negócio. Ele diz que a cidade foi construída como símbolo de inovação, mas acredita que esse espírito se perdeu.

“Atualmente, quando se fala sobre Brasília as pessoas pensam em burocracia, governo, política, concursos públicos. Empreendedorismo, inovação e criatividade mal figuram no imaginário popular. Muitos dos que querem empreender e inovar, não encontram espaço e se mudam para outras cidades onde acreditam ter mais chances”, fala Soares.

Não há como preservar todas as aeronaves abandonadas, mas já que o Museu Tam irá preservar o PP-SMA, não custa nada preservar um Boeing 727 da Vasp, ou o PT-TAA, o primeiro Boeing widebody do Brasil, ou até mesmo um DC-8 da Beta e um 707 da Skymaster, ambos estacionados em Manaus, apodrecendo, ou até mesmo todos os modelos citados. Não seria ruim para ninguém, e tenho certeza que os entusiastas adorariam a idéia.

Façam como o PT-MRL, deixem os interiores e a cabine à mostra, assim como poderia ser feito nos PP-SBG e PT-LAF, ambos também preservados. Por favor, cuidem para que a memória da aviação brasileira não se perca.

Por Antonio Ribeiro

Renato Cobel
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