Como o nome já diz, fraseologia padrão segue um padrão só e não se altera. Uma curiosidade é que, até mesmo quem não fala muito bem inglês, consegue manter uma conversa rádio nesse idioma com um ATC. Sendo assim, a mesma regra se aplica ao português: uma vez que a fraseologia segue um padrão, tudo que você pensar em dizer tem uma forma única de ser dito ou mesmo perguntado. Portanto, conhecer esse padrão é uma boa saída pra quem dificuldade de aprender pelo ouvir.
Siga o “script” da fraseologia, disponível em diversos manuais facilmente encontrados na internet. Alguns podem diferir um pouco do que você costuma ouvir, mas na dúvida, leia na ICA-12, pág 175, o anexo sobre fraseologia. Uma dica também interessante é ingressar em comunidades de simulação online. Ali, você sem dúvida irá aprender bastante e até superar uma eventual dificuldade de expressão na fonia.
Como disse no artigo de ontem, o controle de aproximação pede inúmeras informações em um curto espaço de tempo. Então, não somente ter essas informações sobre seu voo, mas também ter prática em passá-las, é algo que você somente conseguirá treinando.
Continuando a sequência do nosso voo, considerando um longo período de cruzeiro, passando por diversas terminais e áreas de controle, chamando na frequência livre e obtendo informações de outros pilotos, estamos chegando ao nosso destino, e claro, vamos ingressar na terminal de outro aeroporto. Ok, mas quem devo chamar agora? Novamente você será encaminhado pelo ACC ao controle de aproximação, o qual já estará ciente de praticamente tudo sobre seu voo, e solicitará novamente o horário estimado para ingresso na sua terminal.
Uma vez que você esteja dentro de seu espaço, o controle indicará uma altitude intermediária de descida a ser mantida. Tenha novamente todas as informações em mãos, e chame sempre que atingir um novo ponto antes indicado ou altitude concedida. Ali, então, você poderá iniciar a configuração da sua aeronave para a descida e pouso.
Normalmente, a 10 minutos do aeródromo, o APP o transmitirá para a frequência e controle da torre. Nesse momento, você deverá verificar o QNH do aeródromo, bem como a pista em uso. Se conveniente, não hesite em solicitar uma aproximação direta: isso facilita a vida até mesmo do controle, então eventualmente você será feliz nessa solicitação.
Ressalto que toda vez que uma aeronave for transferida de um órgão a outro, não simplesmente sintonize a frequência e aguarde que alguém o chame. Isso não acontecerá até você começar a interferir no tráfego local. Então, sempre realize a primeira chamada com uma saudação do tipo: “Controle Curitiba, <prefixo de sua aeronave ou número do voo>”, e aguarde o controle responder. Quando assim o fizer, já estará ciente do seu tráfego, e provavelmente solicitará apenas seu estimado para pouso.
Voltando à sequência do voo, a torre o indicará a melhor trajetória para pouso no circuito. Você então pousará, e será novamente encaminhado a outra frequência, a do solo (quando houver), a mesma que chamou antes de acionar no aeródromo de origem. O controle de solo, desta vez, passará para você informações sobre táxi e pátios vagos. Atenção a este detalhe, pois em aeródromos movimentados, às vezes é necessário prévio agendamento. Portanto, certifique-se do local destinado ao seu estacionamento.
Assim que o solo lhe passar essas informações, automaticamente já concederá a autorização para, em seguida, efetuar o corte dos motores. Seu voo então termina: você poderá finalmente respirar fundo, e perceber que a fonia lhe auxiliou durante todo o voo.
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