Dilma adia novamente compra de caças do programa FX-2

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Nessa terça-feira (11), a presidenta Dilma Rousseff declarou em Paris que a a compra de caças para a FAB no programa FX-2 foi adiada, e que a compra depende da retomada do crescimento da economia ‘a taxas maiores’.

“Adiamos de fato a decisão sobre os caças. Isso pode levar ainda algum tempo e depende da recuperação do país”, afirmou a presidenta em uma coletiva com o presidente francês, François Hollande, no palácio do Eliseu.

“Nós esperamos que o Brasil cresça nos próximos meses a uma taxa que permita que esse assunto volte à nossa pauta como sendo uma prioridade”, completou.

No mês de Outubro do ano passado, Celso Amorim, Ministro da Defesa, já havia dito que a compra das aeronaves dependeria da ‘evolução da crise externa’, mesmo argumento usado pelo Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.

A França está na disputa com os aviões Rafale, fabricados pela Dassault e que detêm a preferência do ex-presidente Lula. Os outros dois concorrentes são o estadunidense Super Hornet, da americana Boeing, e o sueco Gripen, da Saab.

Dilma lembrou que as discussões sobre a compra de 36 caças para a FAB (FX-2) foi iniciada em 2009 e 2010, mas ressaltou que ‘diante do aguçamento da crise, o governo brasileiro recuou de uma decisão imediata’.

Conforme Dilma afirmou, a situação atual da economia leva o governo “a tomar extrema cautela ao decidir gastos que sejam além daqueles que nós necessitamos para fazer os estímulos fiscais que o país precisa para sair da crise”, como desonerações e investimentos em infra-estrutura.

Já o novo presidente da França, François Hollande, naturalmente reiterou o desejo do governo francês de transferir tecnologia, caso o Rafale seja escolhido:

“A França possui uma alta cooperação com o Brasil no setor da indústria da defesa. Nós já temos contratos em relação a submarinos e helicópteros. Sempre desejamos que houvesse, nesses contratos, uma transferência de tecnologia”, disse Hollande.

Hollande ainda ressaltou “as qualidades excepcionais do Rafale”, mas disse que o Brasil ‘tem liberdade’ para escolher o momento (da compra) e o avião desejado.

Por Antonio Ribeiro
Imagem: Reprodução

Renato Cobel
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