Empresários agrícolas pedem mudanças nas regras do BNDES

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Nessa semana, o Sindicato das Empresas de Aviação Agrícola (SINDAG) deverá entregar ao BNDES um documento que pede a volta dos financiamentos de aeronaves agrícolas com pagamento por safra. 

O tema foi pauta de uma reunião entre o presidente do Sindag, Nelson Antônio Paim, e o chefe do Departamento de Máquinas e Equipamentos do BNDES, Paulo Sodré. O encontro, que ocorreu na sede do BNDES no Rio de Janeiro (RJ), e teve a presença do secretário do sindicato aeroagrícola, Francisco Dias da Silva e do suplente da diretoria, Júlio Augusto Kämpf.

Paim afirmou que a mudança de regras no FINAME está dificultando a renovação e ampliação da frota pelas empresas de aviação agrícola. “O operador aeroagrícola recebe por safra e por isso não tem como pagar diferente, já que os prestadores de serviço possuem atualmente acesso apenas aos financiamentos com prestações mensais. “Precisamos que o banco entenda isso e volte às regras de antes”, desabafa o presidente.

De acordo com o que foi acertado na Cidade Maravilhosa, o documento elaborado pelo Sindag deverá ser levado à diretoria do BNDES, que deve bater o martelo sobre a questão. Paim aposta na boa vontade do banco ‘que nesse primeiro encontro parece ter se sensibilizado sobre o problema’.

O SINDAG afirmou que o Brasil tem atualmente a segunda maior frota de aviões agrícolas do mundo, atrás apenas dos EUA. Segundo alguns dados do Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) da ANAC, a frota aeroagrícola nacional é de mais de 1,7 mil aviões.

Paim afirmou que a Aviação Agrícola emprega atualmente 1,4 mil pilotos, 450 agrônomos, mais de 1,3 mil técnicos agrícolas (especializados em operações aéreas) e em torno de 4 mil auxiliares: 

“A aviação fatura anualmente em torno de R$ 936 milhões e gera R$ 234 milhões em impostos. São cerca de 495 mil horas voadas por ano. “É um setor que utiliza tecnologia de ponta, o que faz dele a forma de aplicação mais segura para o meio ambiente. Mas para isso precisa de muito investimento por parte do empresário, que precisa ter capacidade de renovação”, explica.

Os aviões também são usados no trato de florestas, aplicação de fertilizantes e até em combate a incêndios em áreas de preservação. Segundo um levantamento com base nos registros da ANAC, hoje são 228 empresas operando no setor, sendo que 79 delas estão no Rio Grande do Sul (34,6% do total), 35 em São Paulo (15,4%), 28 em Mato Grosso (12,3%), 25 no Paraná (11,0%) e 17 em Goiás (7,5%).

Por Antonio Ribeiro
Imagem: Reprodução

Renato Cobel
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