Nessa terça-feira (21), o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, afirmou que é apenas uma questão de tempo para ocorrer um aumento das passagens aéreas. O executivo afirmou que a desvalorização do real frente ao dólar, os picos históricos do preço do combustível e o aumento das taxas aeroportuárias são fatores que têm pressionado a alta dos preços praticados no segmento.
“O setor não pode absorver, por longos períodos, um cenário como esse. É uma questão de tempo para se ver na posição inevitável de aumentar as tarifas”, ressaltou. Apesar da pressão sobre os custos, o presidente da Gol disse que não há nenhuma decisão tomada sobre o assunto.
Em Brasília (DF), durante o primeiro Aviation Day, evento que reúne executivos e autoridades da aviação civil, Kakinoff reafirmou que a companhia aérea espera um resultado financeiro ‘melhor no segundo semestre do que no primeiro’, mas continuou descartando o retorno ao positivo até o fim de 2012. “Não podemos falar ainda em retorno à lucratividade”, explicou.
Parece que Kakinoff acertou essa previsão. O presidente da Tam S/A, holding que controla a Tam Linhas Aéreas, Marco Antonio Bologna, não afirmou que deve acontecer um eventual aumento de preços, mas disse que os custos que pesam sobre as companhias aéreas no momento, com a alta do combustível e do dólar, dificilmente cairão. “Uma eventual “recuperação tarifária” só ocorrerá se puder ser absorvida pelos consumidores”.
O executivo explicou que o setor sofreu um ‘choque de custos relevante’, incluindo a valorização do dólar, que impacta os custos das empresas na moeda estrangeira, o aumento do preço do querosene de aviação (Jet A1) e ainda a elevação das tarifas aeroportuárias e de navegabilidade.
Por Antonio Ribeiro