Estratégia Nacional de Defesa sugere o FX-3

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No dia 17 de julho desse mês, a nova Estratégia Nacional de Defesa foi enviada ao Senado Federal, em Brasília. A proposta traz novas definições sobre o rumo da Defesa do Brasil. Uma delas é oficialmente encerrar o Programa F-X2 e partir para o F-X3 e de forma surpreendente estabelecer critérios para tal.

A  leitura da nova Estratégia Nacional de Defesa (END) tem um texto mais objetivo e foi eliminado o estilo retórico do Prof Mangabeira Unger, que coordenou a primeira edição da END lançada, em 2008. Há várias análises relevantes que merecem uma leitura detalhada. A END apresenta-se como uma leitura mais interessante que o próprio Livro Branco de Defesa Nacional

Na análise e definição sobre a  A Força Aérea Brasileira (FAB) são apresentados  os objetivos da Força.

Texto:  pág 16 da Estratégia Nacional de Defesa

Quatro objetivos estratégicos orientam a missão da Força Aérea Brasileira e fixam o lugar de seu trabalho dentro da Estratégia Nacional de Defesa. Esses objetivos estão encadeados em determinada ordem: cada um condiciona a definição e a execução dos objetivos subsequentes.

  • A prioridade da vigilância aérea.
  • O poder para assegurar o controle do ar no grau desejado.
  • A capacidade para levar o combate a pontos específicos do território nacional, em conjunto com a Marinha e o Exército, constituindo uma única força combatente, sob a disciplina do teatro de operações.
  • O domínio de um potencial estratégico que se organize em torno de uma capacidade, não em torno de um inimigo

Ao tratar dos pontos relevantes para a FAB a END traz uma análise sobre as condicionantes  e perspectivas  para o F-X3, sinal que o presente estágio do F-X2 não é satisfatório, para militares ou o governo.

Define opções a serem evitadas como esgotadas, no caso a modernização das plataformas atuais. Porém pela primeira vez o governo fala sobre a possibilidade de um caça de “Quinta Geração” (Ex: F-22, F-35 e PAK-FA T50) como meta final.

Porém, o documento indica que o presente momento poderá ter uma opção intermediária, um GAP FILL.

Logo abaixo, confiram uma parte do texto da Estratégia Nacional de Defesa, pág 18:

“Dentre todas as preocupações a enfrentar no desenvolvimento da Força Aérea, a que inspira cuidados mais vivos e prementes é a maneira de substituir os atuais aviões de combate, uma vez esgotada a possibilidade de prolongar-lhes a vida por modernização de seus sistemas de armas, de sua aviônica e de partes de sua estrutura e fuselagem.

O princípio genérico da solução é a rejeição das soluções extremas – simplesmente comprar, no mercado internacional, um caça “de quinta geração”, ou sacrificar a compra para investir na modernização dos aviões existentes, nos projetos de Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP), no desenvolvimento, junto com outro país, do protótipo de um caça tripulado do futuro e na formação maciça de quadros científicos e técnicos.O Brasil confronta, nesse particular, dilema corriqueiro em toda parte: manter a prioridade das capacitações futuras sobre os gastos atuais, sem tolerar desproteção aérea. Precisa investir nas capacidades que lhe assegurem potencial de fabricação independente de seus meios aéreos e antiaéreos de defesa. Não pode, porém, aceitar ficar desfalcado de um escudo aéreo, enquanto reúne as condições para ganhar tal independência. A solução a dar a esse problema é tão importante, e exerce efeitos tão variados sobre a situação estratégica do País na América do Sul e no mundo, que transcende uma mera discussão de equipamento e merece ser entendida como parte integrante desta Estratégia Nacional de Defesa.

Consideração que poderá ser decisiva é a necessidade de preferir a opção que minimize a dependência tecnológica ou política em relação a qualquer fornecedor que, por deter componentes do avião a comprar ou a modernizar, possa pretender, por conta dessa participação, inibir ou influir sobre iniciativas de defesa desencadeadas pelo Brasil.”

O Livro Branco de Defesa Nacional, na página  203, traz o seguinte texto:

FX-2: aquisição de 36 caças multimissão para substituir os Mirage 2000. O projeto teve sua fase de avaliações para o processo de seleção concluída, aguardando a decisão governamental para prosseguir.”

Um Plano de Articulação e Equipamento de Defesa (PAED), prospectivo, pois aguarda aprocvação do governo indica os rumos a serem tomados:

Projetos e Subprojetos Prioritários da Força Aérea (pag 253 LBDN)

Projeto/ início/ fim

  • Projeto Capacitação Operacional da FAB (E) – 2009/ 2030     
  • Subprojeto Aeronave de Caça Multimissão (F-X2) – 2013/ 2026
  • Subprojeto Aeronave Pesada para Transp. Presidencial (VC-X2) – 2013/ 2014
  • Subprojeto Helicóptero Médio de Emprego Geral (H-XBR/EC-725) –  2009/ 2017
  • Subprojeto Aeronave Pesada de Carga e Reab (KC-X2) –  2013/ 2016
  • Subprojeto Unidade Celular de Comando e Controle – 2013/ 2015
  • Subprojeto Aeronaves de Transporte, Ensaios e Inspeção em Voo – 2013/ 2028
  • Subprojeto Aeronaves de Busca e Resgate – 2015/  2016
  • Subprojeto Aeronaves de Patrulha Marítima – 2016/ 2028
  • Subprojeto Aeronaves de Reconhecimento / VANT – 2012/ 2024
  • Subprojeto Aeronaves de Asas Rotativas – 2012/ 2026
  • Subprojeto Aeronaves de Instrução – 2016/ 2025
  • Subprojeto Segurança Terrestre – 2011/ 2023
  • Subprojeto Sistemas Bélicos – 2009/ 2030
Fonte:

Na teoria, nossos ilustres políticos estão preocupados com a Defesa de nosso país. Veremos na prática quais programas de renovação da frota realmente serão cumpridos. E quando.

Por Antonio Ribeiro

Renato Cobel
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