Estudo da USP diz que Aeroporto de Ribeirão Preto (SP) está em local inadequado

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Nesse domingo, um estudo feito pela USP afirmou que o Aeroporto Estadual Leite Lopes, situado na cidade de Ribeirão Preto (SP), funciona em uma área inadequada, além de não ter espaço para uma possível expansão.

O estudante Tiago Furlanetto desenvolveu a pesquisa, que foi coordenada pelo professor Marcelo Pereira de Souza, em uma dissertação de mestrado na Escola de Engenharia de São Carlos (SP).

A pesquisa concluiu que o complexo recebeu cerca de 830 mil passageiros de Janeiro a Setembro desse ano, além de possuir limitações estruturais em diferentes aspectos, devendo assim estar localizado em outra área do município.

Souza afirmou que a região do Leite Lopes, a zona Norte da cidade, tem problemas como a falta de controle de emissão de ruídos resultantes da operação aeroviária, além da fragilidade no sistema viário do entorno e na malha urbana para adequações de infraestrutura.

O engenheiro afirmou que mudanças no Leite Lopes comprometeriam a Avenida Thomaz Alberto Whatelly, único acesso ao aeroporto, e resultariam em um alto custo social, com a necessidade de transferir a população de alguns bairros para outras localidades:

“As pessoas teriam que dar uma tremenda volta para chegar ao aeroporto”, afirmou. O estudo afirma também que a área também não é recomendada porque na região há um córrego muito próximo.

A pesquisa teve parâmetros ambientais e comerciais da IATA e da ICAO, além de outros dados da INFRAERO: “Um aeroporto precisa pensar em futuras expansões. É um empreendimento que gera cicatrizes muito grandes na cidade”.

Fora isso, o estudo concluiu que algumas áreas na Zona Oeste e um trecho entre Ribeirão Preto (SP) e Pradópolis (SP) são as mais recomendadas para o aeroporto, tendo em vista a relativa distância do centro da cidade, a proximidade de rodovias duplicadas, além de reduzido impacto ambiental e espaço disponível para expansões.

No setor Cargas, os pesquisadores descobriram que o transporte delas é inexpressivo quando comparado a outros aeroportos administrados pelo DAESP, como Araraquara (SP) e Bauru (SP), já que responde por 0,25% do volume de cargas do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP).

O DAESP, responsável pela administração do aeroporto, informou que não teve acesso à pesquisa realizada pela USP e que todas as questões mencionadas, como o controle de ruídos e o sistema viário, serão equacionadas com as obras de deslocamento da pista do aeroporto em 500 metros e melhorias no entorno viário. 

Segundo o órgão, as obras estão sendo executadas por meio de convênio entre Estado e Prefeitura de Ribeirão Preto, com um valor total de R$ 170 milhões.

Por Antonio Ribeiro
Imagem: Luara Gallacho

Renato Cobel
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