Para 2013, a previsão é que o setor aéreo tenha um melhor desempenho após as reduções de ofertas eresultados financeiros negativos em 2012. Apesar dessa previsão, ainda serão as empresas menores que apresentarão taxas de crescimento maiores que as líderes no Brasil.
Analistas e especialistas do setor afirmam que, como a valorização do dólar perante o real e o consequente aumento de custos prejudicou todas as empresas, sendo que Gol e TAM ainda sofreram com a eterna competição pela liderança do mercado, o que as fez sentir um maior efeito dos gastos:
“(As empresas menores) têm capacidade que permite expandir rotas. TAM e Gol estão com capacidade no limite. Com certeza (as companhias menores) vão crescer mais que as outras”, afirmou Hildebrando Hoffmann, coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas da PUC-RS.
Para o analista Felipe Souza, outro fator que contribuirá para um maior crescimento das companhias regionais é o incentivo que o governo deverá conceder:
“A grande bola da vez é voo regional. Tanto que a Azul deu um salto”, disse. “Vejo a aviação regional como ótima oportunidade de negócios”, explicou.
Para 2012, a previsão é que o número de voos no Brasil aumente ao longo do ano, já que o governo pretende dar um mega ’empurrãozinho’ no setor, além dos vários eventos esportivos previstos para 2013 e 2014:
“A tendência é que no segundo semestre de 2013 comece a reverter (a queda na oferta), até pelos eventos esportivos”, completa Souza.
Já Eduardo Sanovicz, presidente da ABEAR, acredita que o atual cenário deverá ser igual ao que foi vivenciado pelas companhias em 2012:
“A tendência em 2013 é que as duas maiores, Gol e TAM, sigam fazendo um ajuste, enquanto Azul-Trip , por conta da incorporação, ampliem a oferta, porque tendem a ter aviões liberados para novos trechos. E a Avianca está ampliando a oferta por conta de troca de frota. Ela está recebendo aviões novos e maiores”, afirmou.
De acordo com a ANAC, enquanto a TAM teve um aumento de 15,06% na demanda de Novembro quando comparado com o mesmo período de 2011, a Gol teve uma queda de 0,9% no mesmo período. Já a Avianca cresceu 97,11 por cento e a Azul teve crescimento de 14,93%.
Ja oferta de assentos por quilômetro voado, a TAM teve uma queda de 4,88% e a Gol sofreu uma baixa de 11,20%. A Avianca, enquanto isso, teve alta de 89,10% e a Azul registrou aumento de 12,02%.
A oferta de assentos por quilômetro voado caiu 4,88 por cento no caso da TAM e 11,20 por cento na Gol:
“O aumento de custos afeta a todos, mas afetou mais as maiores”, ressaltou o presidente da associação.
Sanovicz ainda explicou que a associação negocia com reguladores do setor uma mudança na forma de precificar o QAv: “A forma de calcular o preço é a mesma de duas décadas atrás, quando o petróleo vinha basicamente do exterior”, disse, sem entrar em detalhes.
Por Antonio Ribeiro
Imagem: Alexandre Sales
