FAB pode ter escolhido Boeing F/A-18 Super Hornet

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Mesmo com o apoio declarado do ex-presidente Lula e de alguns membros do Governo Federal pelo Dassault Rafale, a FAB, que preferia o caça SAAB JAS-39 Gripen NG, passou a ter preferência pelo Boeing F/A-18 Super Hornet, ao menos de acordo com alguns documentos obtidos por uma revista.

Entre os três concorrentes ( o francês Rafale, o sueco Gripen e o estadunidense Super Hornet), a FAB optou pelo caça da terra do Tio Sam. O relatório que dá origem a essa afirmação foi engavetado dois anos atrás pelo ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim.

Diante da preferência da FAB pelo avião fabricado pela Boeing, só nos resta esperar a decisão da presidenta Dilma Rousseff, que deve ser influenciada por relatórios técnicos e aliados políticos e econômicos. Vale lembrar que a presidenta disse que está disposta a bater o martelo até o dia 31 de Dezembro próximo.

Vale lembrar que a decisão sobre a compra foi adiada pela milésima vez no fim de Junho passado, quando o Brasil enviou cartas às concorrentes para solicitar a extensão das propostas até o dia 31 de Dezembro próximo, alegando ‘motivos financeiros’.

Preço, custo-benefício e prazos de entrega estão diretamente envolvidos nessa decisão: De acordo com o documento, o F-18 tem um custo de US$ 5,4 bilhões para o pacote de 36 aeronaves, quase a metade dos US$ 8,2 bilhões orçados no Rafale. O Gripen NG, oferecido a US$ 4,3 bilhões, é o mais barato dos três, mas trata-se de um avião em desenvolvimento nunca testado em combate na versão oferecida, de acordo com a Aeronáutica.

Além disso, o Super Hornet tem um custo de US$ 10 mil por hora de voo, a metade do Rafale. Junto com isso, a FAB afirmou que o armamento do caça estadunidense é o mais versátil entre os armamentos dos três modelos.

A Aeronáutica ainda alerta a necessidade de uma solução imediata sobre o programa de caças, em razão do risco de vulnerabilidade a que o Brasil estará exposto em breve. “A importância estratégica do F-X2 torna-se evidente diante de um quadro de obsolescência”, afirma.

Outro fator que também pode pesar na decisão é uma estratégia firmada entre Boeing e Embraer. O acordo assinado entre as empresas estabelece, por exemplo, apoio à comercialização dos A-29 e do avião de transporte KC-390 em mercados inacessíveis ao Brasil, deixando a Boeing como ‘revendedora’ de aviões brasileiros.

A Boeing se compromete ainda a abrir um centro tecnológico no Brasil, além de construir em conjunto com os brasileiros a construção de um avião de treinamento para pilotos, que poderá ser vendido a países da América Latina, a integração de armamentos nos Super Tucanos e o desenvolvimento de um jato multimissão de quinta geração para ser comercializado em nível mundial.

Oficialmente, a Embraer diz desconhecer o documento, mas garante que está capacitada para trabalhar em parceria com quaisquer dos fornecedores. Num encontro recente com o comandante da FAB, Juniti Saito, a presidenta Dilma foi enfática. “Precisamos ajudar a Embraer”, disse.

Por Antonio Ribeiro
Imagem: Poder Aéreo

Renato Cobel
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