Formação de Piloto Comercial nos EUA 21

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Saudações leitores do Canal Piloto,

Meu nome é Roger Marcellus e essa é a coluna Formação de Piloto Comercial nos Estados Unidos. 

Durante a formação de piloto, seja no Brasil ou nos Estados Unidos, você irá se deparar com as missões conhecidas como navegação, ou Cross-Country se você estiver por aqui.

Não posso dizer que essa é uma missão difícil, muitas delas são tranquilas, vôos de 50NM com um ILS em um aeroporto e um RNAV no outro, água com açúcar.

O grande problema é que no meio desses pequenos vôos, aparece uma missão que diz: “O objetivo deste voo é realizar uma navegação de, no mínimo, 250NM com três procedimentos de aproximação diferentes”.

Muitos instrutores decidem para onde querem que os alunos voem. No meu caso o CFII fez a pergunta mágica “aonde você quer ir?”. Entrei no Skyvector e escolhi um aeroporto 128NM distante.

O voo seria simples, decolaríamos do Potomac Airfield em direção ao VOR de Nottingham para interceptarmos a V33 até o VOR de Harcum e após isso iríamos direto ao VOR de Langley e depois Norfolk e finalmente direto para o nosso destino, o aeroporto regional de Chesapeake.

Planejei executar uma aproximação ILS por lá, retornar fazendo uma parada em Stafford para efetuar uma aproximação VOR-A e pro fim um voo rápido para VKX e uma aproximação RNAV.

Cheguei cedo ao aeroporto, fiz o pré-voo checando com muito cuidado a quantidade de combustível, pois o voo seria longo. Estávamos com o tanque direito faltando cerca de 1 galão.

Não seria problema, mas por via das dúvidas decidi completar completar o tanque. Feito isso liguei para o FSS de Leesburg para enviar o plano de voo. Enviei VKX CPK VKX, sem alternativo pois o mesmo não é obrigatório. A aeronave desse voo seria o N64776, um velho conhecido por problemas.

O voo foi bem tranquilo, recebemos um clearence diferente do que estávamos planejando, mas o voo foi bem tranquilo. Iniciei o ILS e escutei que duas aeronaves estavam no circuito, incluindo um Student Pilot em seu primeiro voo solo.

Quando estava na final, ouvi os outros pilotos dizendo que eles estariam na perna do vento. Percebi um vento cruzado que estava me deixando louco. Pousei com catrapo, admito, e taxiei até o pátio. Cortei os motores e fomos até o FBO para tomar uma água e usar o banheiro.

Quando retornamos ao 776, por curiosidade, decidimos verificar exatamente quanto combustível nós tínhamos. Uma surpresa, 10 galões em cada asa. Ou seja, em um voo de 1 hora e meia a aeronave tinha queimado 20 galões de combustível.

Como já dizia aquela propaganda: Ou é desperdício ou é vazamento. Chamei o Fuel truck e solicitei 5 gal em cada asa. Paguei e me preparei para um novo voo. Tentamos chamar o GSO para um novo clearence, porém todas nossas tentativas foram em vão. Decidimos decolar e pegar a liberação no ar mesmo.

Chegamos em RMN para o procedimento VOR-A. Já mencionei antes que eu ODEIO esse procedimento. Mas para compensar o catrapo em CPK eu executei um procedimento perfeito, terminando em um pouso em que o instrutor me perguntou se já estávamos no solo de tão macio que foi.

Decolamos novamente e seguimos direto para VKX. Esse seria meu último procedimento durante o treinamento IFR pois o próximo voo seria uma avaliação e depois o voo de check. Executei o procedimento RNAV 06 circulando para 24, fiz um pouso suave (não tanto quanto em RMN), paramos próximos a bomba de combustível para reabastecer.

Enchi o tanque e descobri que eu tinha +/-  5gal em cada asa, isso seria suficiente para mais de 1 hora de voo portanto meu pouso em VKX foi legal mas fiquei bem preocupado com o vazamento de combustível nessa aeronave. Coloquei essa observação no log da aeronave e fui pegar meu logbook assinado com o long XC.

Senhores por hoje paro por aqui.

Dúvidas podem perguntar.

Até semana que vem e bons voos.

Roger Marcellus
roger.marcellus@icloud.com
Twitter:@rmarcellus

Renato Cobel
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