Formação de Piloto Privado nos EUA 22

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Formação de Piloto Privado nos EUA 22
Texto: Claudio Motta – Vitrine: Eduardo Godoi

Saudações leitores do Canal Piloto.

Eu sou Claudio Motta, e essa é a coluna de Formação de PP nos EUA.

Conforme relatei na semana passada, meu proximo voo provavelmente seria o solo. Nele, fariamos 2 TGL’s com o instrutor e em seguida fariamos um Full Stop Landing, taxiariamos de volta até a McCreery e eu retornaria para mais um circuito, dessa vez sozinho.

Eu havia marcado dois voos com dois dias de diferença, para evitar maiores problemas caso o tempo não estivesse favoravel. Porém, ao sair da escola no primeiro dia, olho para o céu e não vejo nada além de nuvens. Nem um pontinho azul de céu claro.

Liguei para o número do AWOS só para ter certeza que não ia ter voo, e com um teto 900 pés, o jeito era mesmo ficar no solo. Após desligar, chequei os meus SMS’s e percebi que o instrutor havia me mandado uma mensagem de texto avisando que não ia dar pra voar devido ao teto baixo.

Dois dias depois, ao acordar, chequei o TAF e vi que a previsão para as 1800z era de ventos de 17kt com rajadas de 24kt, porém, como meu voo era só às 2230z, eu tinha uma pequena esperança que o vento desse uma acalmada nessas 4 horas e meia.

Ainda na escola, recebi uma mensagem do instrutor. Ele dizia que, devido à intensidade do vento, eu não poderia solar. Porém, ele me perguntou se eu queria voar para praticar crosswind landings, ou se queria remarcar. Como minha mãe já estava vindo me buscar, resolvi voar.

No caminho até o aeroporto, comi um dos dois sanduiches que minha mãe havia preparado ‘para eu ficar forte na hora do voo’ (rsrs), mas deixei  o outro para depois.

Ao chegar no aeroporto, fui até a sala de planejamento de voo, anotei a ATIS, e fui até a recepção, onde o Mike estava me esperando com o Kit da aeronave.

O N97019 estava de frente ao hangar, aproximadamente a 50 metros da porta do terminal. Após uma rapida caminhada, chegamos na aeronave e eu comecei a fazer a preflight inspection.

Instantes depois, com tudo checado, viramos a aeronave e começei o Before Starting Engine Checklist. Acionamos e aguardei a autorização e cotejamento de um plano de voo para Monterrey, no Mexico, para chamar o solo.

Após solicitar taxi, fomos instruidos a taxiar via Patio, “D” e “A”, até o ponto de espera da cabeceira 13, com o cruzamento da pista 18 autorizado. Porém, ao chegar na intercessão da “D” com a “A” fomos instruidos a manter a posição para ceder a passagem a um cessna 182 que vinha no sentido contrario.

Após a passagem do Skylane, prosseguimos com o taxi até o ponto de espera. Fiz o cheque de motor e chamei a torre para decolagem, porém fui instruido a aguardar o pouso do MD-80 da American, e enquanto aguardava, fiquei observando o 757 da UPS sendo carregado.

Após o pouso da aeronave da AA, fomos autorizados a decolar. Enchi a mão na manete antes que podesse perceber, já estava fora de solo.

Após a decolagem, realizamos o circuito pela direita, e quando ingressei na perna do vento chamei a torre.

–  “McAllen Tower, Cessna 019 is on right downwind Runway 13” (“Torre Mcallen, Cessna 019 está na perna do vento pista 13”).
– “019, Cleared for touch and go, runway 13” (“019, autorizado toque e arremetida, pista 13”).
– “Cleared for the option, runway 13, 019” (“Autorizado para a opção* pista 13, 019”).
– “Negative, 019 was cleared for touch and go” (“Negativo, o 019 foi autorizado para toque e arremetida”).
– “Roger, cleared for touch and go, 019” (“Ciente, autorizado toque e arremetida, 019”).

*Não sei qual seria o termo, ou até se existe tal termo em português que deixa à critério do piloto se realizará pouso com parada total, toque e arremetida, ou simplesmente um low-approach, sem a necessidade de informar o controlador.

Como quase sempre somos autorizados for the option, eu automaticamente cotejei assim. Porém, o controlador daquele dia resolveu complicar um pouco a minha vida (rsrs).

Realizamos o primeiro TGL, e eu tive um pouco de dificuldade para manter a centerline na hora do toque.

Fizemos mais três toques, até que o Mike resolveu finalizar o voo devido ao vento que estava piorando, 19kt com rajadas de 25kt.

Solicitei pouso com parada total, e após autorizados, prosseguimos para o pouso. Livramos a pista e prosseguimos no taxi até a McCreery.

Ao chegar em frente ao hangar, coloquei o motor em 1700 RPM por quatro segundos, em seguida reduzi para 1200RPM, desliguei os avionicos, cortei a mistura e concluí o cheque de abandono.

Enquanto caminhavamos de volta ao terminal, conversamos sobre o voo e ele falou mais uma vez que, no proximo, caso as condições climaticas fossem favoráveis, eu solaria.

Com o logbook assinado, comi o meu outro sanduiche enquanto aguardava minha mãe chegar para me levar para casa.

Espero que tenham gostado,

Claudio Motta

Renato Cobel
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