Formação de PPA 02

posted in: Lucas Ferrão, Textos | 8

Boa tarde leitores.

A ideia de hoje é compartilhar com vocês minha experiência ao realizar a temida Banca da ANAC. Mesmo antes de encerrar o curso teórico, paguei a G.R.U. (taxa para realizar a banca – R$50,00 por matéria)  e uma semana depois estava indo até o prédio da ANAC que fica em frente ao Aeroporto de Congonhas.

Chegando lá com um amigo, encontramos o prédio praticamente deserto. Pegamos cada um uma senha e sentamos. Logo em seguida dois atendentes nos chamaram e pediram as documentações para o agendamento. Ali entreguei meu RG, CPF, uma foto 3×4 e o comprovante dos lindos R$ 250,00. Confiro com o atendente os dados e ele me pergunta qual dia eu gostaria de realizar a prova. Peço para aguardar um minuto e olho pro lado:

– Rodrigo, qual dia você marcou?
– Dia 4 de Julho às 8 horas, Ferrão.

O atendente já escutando marcou para o mesmo dia e horário, me deu o recibo, agradeci e me levantei. Com tudo pronto fomos pegar o ônibus para voltar para casa. Atravessando a passarela e vendo o movimento de aeronaves em Congonhas pensamos em voz alta: É, agora é estudar que logo estaremos lá!

(Imagem: Robert Domandl)

Passaram-se os meses e eu já estava de férias na escola, portanto estava estudando com maior frequência para a banca. Minha maior preocupação era com Teoria de Voo. Das 3 provas que tive no ACSP, tinha reprovado em 2. Praticamente decorei a apostila de provas e toda hora estava fazendo simulados online para ver meu nível. Fiz tantos simulados que as questões já estavam se repetindo.

Chegado o dia, levantei cedo e meu pai me deixou no Metrô Sacomã. Alguns minutos depois,  Rodrigo e seu pai passaram para irmos para a ANAC. Estava indo tudo bem, até o trânsito na Avenida dos Bandeirantes começar a aumentar. Ficamos um pouco aflitos com aquilo, mas felizmente chegamos com um tempinho de sobra. Lá nosso colega Rocchini já estava enturmado com algumas pessoas. Cumprimentamos o pessoal, conversamos um pouco para descontrair e em 15 minutos avisaram para formar uma fila que iriam iniciar a entrada.

Em alguns minutos já tinha recebido o cartão de visita, entrado no elevador e já estava sentado em uma cadeira de couro dentro de uma sala com ar condicionado (pelo menos isso né ANAC). Ali recebemos as instruções de como realizar a prova. Foram bem claros quando citaram as colas. Pediram para desligar os celulares e guardar nas mochilas e que qualquer tentativa de cola a pessoa teria sua prova cancelada. A fiscal desejou boa sorte a todos e falou que poderíamos iniciar a prova. Olhei para os lados e desejei boa sorte aos meus amigos.

(Imagem: Reprodução)

A prova consiste em uma avaliação das cinco matérias estudadas durante o curso teórico. Cada prova tinha 20 questões e você tem que acertar no mínimo 14. O que mais preocupa o pessoal é o sistema usado na prova. A ANAC possui um banco de dados com infinitas questões e ao clicar para iniciar, são sorteadas 100 questões para sua prova. Isso faz com que você possa ter somente questões fáceis, médias ou difíceis. (Sem contar que pode repetir alguma questão também, mas isso pode ser vantagem ou um grande problema caso você marque a errada nas duas).

Olhei por um minuto ao meu redor. Além do monitor estavam comigo uma folha de sulfite, um lápis, um apontador, uma borracha, uma caneta, uma calculadora, meu transferidor de voo e meu computador de voo. Respirei fundo e iniciei a prova. Primeiro marquei todas as questões que eu realmente sabia. Olhava a prova e até que ela não estava extremamente difícil. Uma coisa que eu ficava vendo (não recomendo fazer pois pode estar certo para você, mas na verdade não está) era se já tinha respondido ao mínimo 14 questões que eu soubesse que estavam certas. Mesmo sendo errado pensar assim, após garantir 15 em cada matéria fiquei mais tranquilo.

Como ainda tinha tempo de sobra, decidi conferir a prova. Olhei em volta e o pessoal já estava encerrando suas provas, inclusive Rodrigo e Rocchini. Enquanto outros candidatos estavam iniciando suas provas nos computadores vagos eu estava terminando de conferir a minha. Refiz todos os cálculos, conferi METAR e TAF um por um e sempre que olhava para o botão de “Encerrar Prova” subia aquele arrepio.

Finalmente criei coragem e apertei o botão. Acho que qualquer um naquela sala que olhasse para mim saberia qual foi o resultado.Quando vi na tela escrito em verde “APROVADO” minha vontade era gritar de felicidade. Guardei meu material, perguntei a fiscal se estava tudo certo, me despedi, agradeci e desci até a recepção. Lá meu colega Rodrigo já me esperava também com um sorriso no rosto. Já sabia qual era o resultado dele. Ambos fomos aprovados, inclusive Rocchini que já tinha ido embora.

(Imagem: Arquivo pessoal)

Saímos do prédio cada um com um sorriso estampado no rosto. Atravessamos a passarela da avenida e apesar da leve garoa, olhamos para o tráfego de Congonhas e podíamos acreditar que estávamos cada vez mais próximos de realizar nossos sonhos.

Mesmo aprovado na banca ainda não podia iniciar a parte prática do PP. Faltava somente mais um fator, o CMA.

Até a próxima aviadores, bons voos a todos.

Ferrão

Renato Cobel
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