Oscar Lima Alfa meus amigos.
Hoje vamos falar de um assunto que é extremamente importante para a aviação, e é um dos assuntos que é cobrado em grande peso na banca da ANAC do PP: METAR.
O METAR não é nenhum bicho de sete cabeças, aliás, eu não tive muita dificuldade para interpretar . Claro que ao ver uma mensagem pela primeira vez me assustei, mas acabei vendo que é algo simples. O Segredo maior do METAR é saber interpretar os códigos e também ter alguns conhecimentos sobre Meteorologia. Não basta só saber ler o METAR.
Vamos a um exemplo: Imagine que em um código METAR, no grupo de nuvens venha a seguinte mensagem: “FEW 010”. Bom, alguns comentem o engano de interpretar isso da seguinte maneira: Poucas nuvens a 1.000 pés ou seja, o Teto está com uma altura de 1.000 pés. Errado!
Só teremos um teto restrito a X pés se tivermos nuvens que ocupem 50% ou mais do campo de visão, ou seja, somente nuvens do tipo BKN e OVC. Ex: OVC 030”. Esse sim seria o correto, um teto de 3.000 pés.
Tomado nosso exemplo, vamos ao METAR.
SBRJ | 051800Z | 36003KT | 3500 | -RA | FEW005 SCT020 | 22/15 | Q1017
Esse é uma mensagem básica do METAR, dependendo da situação no aeródromo, esta mensagem pode ser um pouco maior. Mas para início, vamos pelo mais básico.
SBRJ = É a localidade em que o METAR foi confeccionado, representado pelo ICAO do Ad.
051800Z = Dia do mês em questão seguido pelo horário Zulu (GMT). Dia 5, 18:00 Zulu.
36003KT = Direção do vento e sua intensidade em nós.
-RA = Chuva de intensidade leve.
FEW005 SCT020. = Grupo de nuvens. Poucas a 500 pés. Nublado a 2.000 pés.
22/15 = Temperatura do ar / Temperatura do ponto de orvalho. Ambos em Graus Celcius.
Q1017 = Ajuste de altímetro.
Podemos também aprender um pouco mais sobre decodificação do METAR no site da REDEMET.
Vamos agora a uma explicação um pouco mais detalhada de cada grupo do código.
(1) |
(2) |
(3) |
(4) |
(5) |
(6) |
(7) |
Local |
Dia e Hora |
Vento |
Visibilidade |
Alcance Visaual da RWY |
Tempo presente na RWY |
Nebulosidade |
(8) |
(9) |
Temp. do ar e do ponto de orvalho |
Pressão ao Nivel do mar para ajuste do altímetro (QNH) |
Local (1) = indicador de localidade (ICAO);local da observação
Ex: SBRJ;SBSP;SBBR.
Dia e Hora (2) = Dia e horário (em horas e minutos) oficias da observação (Hora UTC), seguida de Z (zulu).
Vento (03) = direção, velocidade e unidade de velocidade do vento.
Direção do vento: é relativa ao Norte Verdadeiro.
Vento Variável = VRB
Será codificado VRB somente se: A velocidade for igual ou menor que 03 kt.
Ex: VRB02KT.
Ou se a velocidade for maior que 03 kt, mas a direção for impossível de ser mantida, quando, por exemplo, uma trovoada estiver sobre o aeródromo.
Ex: VRB23KT.
Ou ainda o Vento variando entre duas direções extremas. Será inserida a letra V entre as duas direções.
Ex: 31015G27KT 280V350
OBS: De acordo com a Meteorologia aeronáutica, só teremos vento calmo quando a intensidade do mesmo for inferior do que 01 nó.
É comum de acordo com o Regulamento de tráfego aéreo, e até mesmo os controladores, quando se tem um vento inferior a 6 nós, informar que o mesmo é calmo. Porém volto a reforçar, se na banca da ANAC na prova de METEORO, cair uma pergunta relativa a vento calmo, somente se o mesmo for inferior a 01 nó.
Rajada de Vento.
Representado pela letra G. É dada a direção, o vento padrão, e após o G o vento de rajada.
Ex: 12012G20KT.
Visibilidade (4) = Será informada de 50 e 50 m até 800 m; de 800 m a 5.000 m de 100 em 100m, e de 5.000 a 9.999 m ou mais ,de 1.000 em 1.000.
A visibilidade sempre será informada em quatro algarismos.
Ex: 5000;0250;0150;3500.
OBS: Quando a menor visibilidade predominante for inferior a 5.000 m e houver variações direcionais de no mínimo de 50% desta visibilidade mínima, será informada a visibilidade mínima e o setor em que ela está ocorrendo.
Ex: 3000 SE.
OBS2: Quando a visibilidade mínima for menor que 1.500 m e houver em outra direção, visibilidade maior que 5.000m, esta deverá ser informada.
Ex: 1200S 6000N
Alcance Visual Da Pista (RVR) (5) = É usado em aeródromos que operam com pouso e decolagem de precisão.
R = Indicativo do grupo; a seguir vem o número da cabeceira de pista para a qual é fornecida a visibilidade. Após vem a visibilidade da RWY em questão.
EX: R08/1200; R10/0600.
Pode-se ainda ser acrescentado ao RVR as letras U, que significa que se tem uma tendência de aumento de visibilidade, ou ainda a letra D, que é uma tendência de diminuição de visibilidade. Caso não exista quaisquer tendências em relação à visibilidade, será acrescentada a letra N.
Ex: R08/1200 D;
Tempo Presente da Pista (06) = Fenômeno de tempo presente significativo. É composto em geral, de um único fenômeno, podendo, entretanto, ser relatado com até três fenômenos no máximo.
O tempo presente sempre terá um qualificador de intensidade descrito à frente do fenômeno que está ocorrendo.
Qualificador de Intensidade:
Sinal de (-): indica uma intensidade leve.
Sinal de (+): indica uma intensidade forte.
Sem sinal: indica uma intensidade moderada.
Quantificador de proximidade ou vizinhança:
VC – É considerada vizinhança a área num raio de 8 a 16 Km.
Ex: VCSH – Pancada nas vizinhanças
VCFG = Nevoeiro nas vizinhanças
Descritores: para descrever o fenômeno.
MI = Baixo
Ex: MIFG = nevoeiro Baixo.
PR = Parcial
Ex: PRFG
BC = Banco
SH = Pancada ( Para qualificar uma forma de precipitação)
Ex: SHRA = Pancada de chuva; SHSN = Pancada de neve.
TS = Trovoada. Quando isolado significa somente trovoada.
Ex: TSRA = chuva com trovoada. TS = Trovoada.
Fenômenos de Tempo Presente.
Precipitações:
DZ = Drizzle (Chuvisco)
RA = Rain. (Chuva)
GR = Hail (Granizo)
GS = Soft Hail (Granizo leve)
SN = Snow (Neve)
SG = Snow Grains (Grãos de Neve)
Obscurecedores:
FG = Fog (nevoeiro)
HZ = Haze (Névoa seca)
FU = Smoke (Fumaça)
BR = Mist (Névoa úmida)
DU = Dust (Poeira)
AS= Sand (Areia)
Outros fenômenos:
FC = Funel Cloud (Nuvem funil – tornado ou tromba d’água)
PO = Dust/Sand (Poeira ou areia em espirais bem definidas)
SQ = Squall = (Tempestade)
SS = Sand Storm = (Tempestade de areia)
DS = Dust Storn = (Tempestade de poeira)
Nebulosidade (7) = A quantidade das nuvens é obtida visualmente por estimativa em oitavas e codificadas da seguinte maneira:
FEW = Pouco = 1 a 2 oitavos
SCT = Esparso = 3 a 4 oitavos.
BKN = Nublado = 5 a 7 oitavos.
OVC = Encoberto = 8 oitavos.
Camadas: a codificação das nuvens será da mais baixa para a mais alta.
1ª Camada = a mais baixa, independente de qualquer quantidade.
2ª Camada = a próxima, em aultura,com mais de 2/8.
3ª Camada = a seguinte,com mais de 4/8.
4ª Camada = grupo adicional = TCU ou CB,com qualquer quantidade, quando não puder ser enquadrado nos casos anteriores.
Altura das nuvens
Ex: FEW005 = Poucas nuvens a 500 pés; FEW010CB = Poucas a 1.000 pés com CB; BKN100 = Nublado a 10.000 pés.
OBS:
Céu obscurecido (Devido a nevoeiros,névoas,precipitações ou tempestades,será usado o grupo de visibilidade vertical.)
Ex: VV001 = Visibilidade vertical de 100 pés.
CAVOK = Traduzindo seria, Ceiling and Visibility OK. É utilizado no METAR, para representar “boas condições” e a visibilidade é maior ou igual do que 10km.
Temperatura do Ar e Do Ponto de Orvalho (8)
Consta na primeira página.
Pressão ao Nível do Mar Para Ajuste do Altímetro – QNH (9)
Consta na primeira página.
Até a próxima pessoal.
Gabriel Fernandez
gb-f@hotmail.com
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