Formação Teórica de PPA 09

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Oscar Lima Alfa meus amigos.

Hoje vamos falar de um assunto que é extremamente importante para a aviação, e é um dos assuntos que é cobrado em grande peso na banca da ANAC do PP: METAR.

O METAR não é nenhum bicho de sete cabeças, aliás, eu não tive muita dificuldade para interpretar . Claro que ao ver uma mensagem pela primeira vez me assustei, mas acabei vendo que é algo simples. O Segredo maior do METAR é saber interpretar os códigos e também ter alguns conhecimentos sobre Meteorologia. Não basta só saber ler o METAR.

Vamos a um exemplo: Imagine que em um código METAR, no grupo de nuvens venha a seguinte mensagem: “FEW 010”. Bom, alguns comentem o engano de interpretar isso da seguinte maneira: Poucas nuvens a 1.000 pés ou seja, o Teto está com uma altura de 1.000 pés. Errado!

Só teremos um teto restrito a X pés se tivermos nuvens que ocupem 50% ou mais do campo de visão, ou seja, somente nuvens do tipo BKN e OVC. Ex: OVC 030”. Esse sim seria o correto, um teto de 3.000 pés.

Tomado nosso exemplo, vamos ao METAR.

SBRJ | 051800Z | 36003KT | 3500 | -RA | FEW005 SCT020 | 22/15 | Q1017

Esse é uma mensagem básica do METAR, dependendo da situação no aeródromo, esta mensagem pode ser um pouco maior. Mas para início, vamos pelo mais básico.

SBRJ = É a localidade em que o METAR foi confeccionado, representado pelo ICAO do Ad.

051800Z = Dia do mês em questão seguido pelo horário Zulu (GMT). Dia 5, 18:00 Zulu.

36003KT = Direção do vento e sua intensidade em nós.

-RA = Chuva de intensidade leve.

FEW005 SCT020. = Grupo de nuvens. Poucas a 500 pés. Nublado a 2.000 pés.

22/15 = Temperatura do ar / Temperatura do ponto de orvalho. Ambos em Graus Celcius.

Q1017 = Ajuste de altímetro.

Podemos também aprender um pouco mais sobre decodificação do METAR no site da REDEMET.

Vamos agora a uma explicação um pouco mais detalhada de cada grupo do código.

 

(1)

(2)

(3)

(4)

(5)

(6)

(7)

Local

Dia e Hora

Vento

Visibilidade

Alcance Visaual da RWY

Tempo presente na RWY

Nebulosidade

 

(8)

(9)

Temp. do ar e do ponto de orvalho

Pressão ao Nivel do mar para ajuste do altímetro (QNH)

 

Local (1) = indicador de localidade (ICAO);local da observação

Ex: SBRJ;SBSP;SBBR.

Dia e Hora (2) = Dia e horário (em horas e minutos) oficias da observação (Hora UTC), seguida de Z (zulu).

Vento (03) = direção, velocidade e unidade de velocidade do vento.

      Direção do vento: é relativa ao Norte Verdadeiro.

       Vento Variável = VRB

  Será codificado VRB somente se: A velocidade for igual ou menor que 03 kt.

   Ex: VRB02KT.

Ou se a velocidade for maior que 03 kt, mas a direção for impossível de ser mantida, quando, por exemplo, uma trovoada estiver sobre o aeródromo.

  Ex: VRB23KT.

  Ou ainda o Vento variando entre duas direções extremas. Será inserida a letra V entre as duas direções.

  Ex: 31015G27KT 280V350

OBS: De acordo com a Meteorologia aeronáutica, só teremos vento calmo quando a intensidade do mesmo for inferior do que 01 nó.

É comum de acordo com o Regulamento de tráfego aéreo, e até mesmo os controladores, quando se tem um vento inferior a 6 nós, informar que o mesmo é calmo. Porém volto a reforçar, se na banca da ANAC na prova de METEORO, cair uma pergunta relativa a vento calmo, somente se o mesmo for inferior a 01 nó.

          Rajada de Vento.

Representado pela letra G. É dada a direção, o vento padrão, e após o G o vento de rajada.
  Ex: 12012G20KT.

Visibilidade (4) = Será informada de 50 e 50 m até 800 m; de 800 m a 5.000 m de 100 em 100m, e de 5.000 a 9.999 m ou mais ,de 1.000 em 1.000.

  A visibilidade sempre será informada em quatro algarismos.

  Ex: 5000;0250;0150;3500.

OBS: Quando a menor visibilidade predominante for inferior a 5.000 m e houver variações direcionais de no mínimo de 50% desta visibilidade mínima, será informada a visibilidade mínima e o setor em que ela está ocorrendo.

  Ex: 3000 SE.

OBS2: Quando a visibilidade mínima for menor que 1.500 m e houver em outra direção, visibilidade maior que 5.000m, esta deverá ser informada.

  Ex: 1200S 6000N

Alcance Visual Da Pista (RVR) (5) = É usado em aeródromos que operam com pouso e decolagem de precisão.

R = Indicativo do grupo; a seguir vem o número da cabeceira de pista para a qual é fornecida a visibilidade. Após vem a visibilidade da RWY em questão.

  EX: R08/1200; R10/0600.

  Pode-se ainda ser acrescentado ao RVR as letras U, que significa que se tem uma tendência de aumento de visibilidade, ou ainda a letra D, que é uma tendência de diminuição de visibilidade. Caso não exista quaisquer tendências em relação à visibilidade, será acrescentada a letra N.

  Ex: R08/1200 D;

Tempo Presente da Pista (06) = Fenômeno de tempo presente significativo. É composto em geral, de um único fenômeno, podendo, entretanto, ser relatado com até três fenômenos no máximo.

O tempo presente sempre terá um qualificador de intensidade descrito à frente do fenômeno que está ocorrendo.

    Qualificador de Intensidade:

Sinal de (-): indica uma intensidade leve.

Sinal de (+): indica uma intensidade forte.
Sem sinal: indica uma intensidade moderada.

   Quantificador de proximidade ou vizinhança:

VC – É considerada vizinhança a área num raio de 8 a 16 Km.

Ex: VCSH – Pancada nas vizinhanças

       VCFG = Nevoeiro nas vizinhanças

Descritores: para descrever o fenômeno.

MI = Baixo

 Ex: MIFG = nevoeiro Baixo.

PR =  Parcial

 Ex: PRFG

BC = Banco

SH = Pancada ( Para qualificar uma forma de precipitação)

Ex: SHRA = Pancada de chuva; SHSN = Pancada de neve.

TS = Trovoada. Quando isolado significa somente trovoada.
  Ex: TSRA = chuva com trovoada. TS = Trovoada.

Fenômenos de Tempo Presente.

  Precipitações:

DZ = Drizzle (Chuvisco)

RA = Rain. (Chuva)

GR = Hail (Granizo)

GS = Soft Hail (Granizo leve)

SN = Snow (Neve)

SG = Snow Grains (Grãos de Neve)

Obscurecedores:

FG = Fog (nevoeiro)

HZ = Haze (Névoa seca)

FU = Smoke (Fumaça)

BR = Mist (Névoa úmida)

DU = Dust (Poeira)

AS= Sand (Areia)

Outros fenômenos:

FC = Funel Cloud (Nuvem funil – tornado ou tromba d’água)

PO = Dust/Sand (Poeira ou areia em espirais bem definidas)

SQ = Squall = (Tempestade)

SS = Sand Storm = (Tempestade de areia)

DS = Dust Storn = (Tempestade de poeira)

Nebulosidade (7) = A quantidade das nuvens é obtida visualmente por estimativa em oitavas e codificadas da seguinte maneira:

FEW =  Pouco = 1 a 2 oitavos

SCT = Esparso = 3 a 4 oitavos.

BKN = Nublado = 5 a 7 oitavos.

OVC = Encoberto = 8 oitavos.

Camadas:  a codificação das nuvens será da mais baixa para a mais alta.

1ª Camada =  a mais baixa, independente de qualquer quantidade.

2ª Camada = a próxima, em aultura,com mais de 2/8.

3ª Camada =  a seguinte,com mais de 4/8.

4ª Camada = grupo adicional = TCU ou CB,com qualquer quantidade, quando não puder ser enquadrado nos casos anteriores.

Altura das nuvens

Ex: FEW005 = Poucas nuvens a 500 pés; FEW010CB = Poucas a 1.000 pés com CB; BKN100 = Nublado a 10.000 pés.

OBS:

Céu obscurecido (Devido a nevoeiros,névoas,precipitações ou tempestades,será usado o grupo de visibilidade vertical.)
Ex: VV001 = Visibilidade vertical de 100 pés.

 CAVOK =  Traduzindo seria, Ceiling and Visibility OK. É utilizado no METAR, para representar “boas condições” e a visibilidade é maior ou igual do que 10km.

Temperatura do Ar e Do Ponto de Orvalho (8)

Consta na primeira página.

Pressão ao Nível do Mar Para Ajuste do Altímetro – QNH (9)

Consta na primeira página.

Até a próxima pessoal.

Gabriel Fernandez
gb-f@hotmail.com
Formspring: fernandezrj99

Renato Cobel
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