Franceses criticam decisão de adiamento do FX-2

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Após adiar o vencedor da concorrência FX-2 da FAB (e praticamente anunciar o FX-3), a presidenta Dilam Rousseff foi criticada pelo presidente de honra da Dassault Aviation, Serge Dassault, que afirmou que os estadunidenses Boeing F/A 18 Super Hornet são os preferidos do Governo.

Dassault, de 87 anos, reconhece as dificuldades que sua empresa enfrenta para convencer o atual governo brasileiro a investir nos Rafale, e não no Super Hornet, da Boeing, e no sueco Gripen NG, da Saab.

O presidente de honra ainda reconhece que o poder de convencimento dos estadunidenses sobre a superioridade do F/A 18, e que “os Rafale custam mais caro por causa da relação entre o euro e o dólar”.

O francês ainda afirmou que relação entre a companhia e os gover­nos francês e brasileiro esfriou desde a posse de Dilma: “Ela é mais preocupada com os problemas financeiros, o que é normal”, disse. Ainda de acordo com Serge, “a relação com Lula era mais simpática, mais aberta. Infelizmente ele não tomou a decisão no me­lhor momento”.

Informações indicam que algumas críticas feitas pelo governo Sarkozy, anterior ao atual governo francês, sobre negociações entre Brasil e Turquia sobre o programa nu­clear do Irã, em 2010, geraram grande insatisfação em Lula, que teria decidido congelar a compra dos Rafale.

O ministro Jean-Yves Le Drian evita até elencar a concorrência dos caças brasileiros entre as prioridades da diplomacia de Paris: “Não creio que o Rafale te­nha sido um assunto”, afirmou. Indagado sobre por que o tema saiu da mesa de nego­ciações, respondeu: “Porque a meu ver as escolhas estratégicas do Brasil em termos de defesa se voltaram mais para o mar”.

Celso Amorim, nosso ministro da Defesa, demonstrou a mesma despreocupação sobre o assunto: “Não há nenhuma novi­dade”, explicando estar satisfeito com a nova postura francesa. “Há muito respeito da parte deles sobre o momento de o Brasil tomar uma decisão”.

Por Antonio Ribeiro
Imagem: Reprodução 

Renato Cobel
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