Desde o início do ano, a Gol anda tomando medidas para reduzir custos e evitar um novo saldo negativo: Desde o tamanho dos bilhetes até o lanche servido nas aeronaves. Porém, a companhia resolveu desafiar o Governo com as recentes demissões.
Acuada com a fusão de TAM e LAN, além da nova fusão entre Azul e Trip, sem contar o crescimento da Avianca, todos os manuais de boa conduta entre a empresa e o governo estão sendo rasgados pelos diretores da Gol.
Desde que o fim da Webjet foi decretado, com a consequente demissão de 850 colaboradores, os especialistas de mercado chegaram a dois palpites: Ou a companhia já está vendida e os atuais gestores preparam a sua retirada, ou o desespero que bateu nela é aquele típico de quem está acuado em um jogo de vida ou morte e não tem mais nada a perder.
Desde que a empresa se comprometeu a comprar a Nova Varig até a saída de Constantino de Oliveira Júnior da empresa, houve uma cisão entre os irmãos acionistas, que não se conformaram com a compra da Pioneira, em 2007, além dos erros da desastrosa expansão internacional.
Como se isso não bastasse, para consertar o rombo de vários anos atrás, a compra e o posterior fechamento da Webjet colocam a empresa em rota de colisão com o Palácio do Planalto, sem se preocupar com uma possível reação da presidenta Dilma Rousseff.
No caso Varig, o desgaste político da busca por uma solução para a empresa e o tráfego de influência que se estabeleceu com a presença do advogado Roberto Teixeira serviram para acobertar os erros cometidos pelos novos donos. Não há conversas subterrâneas para esconder e nem uma overdose de problemas associados à Pioneira.
Para a sorte da companhia, se isso tudo tivesse acontecido nos Estados Unidos, todos os envolvidos, incluindo a Gol, o CADE e a própria ANAC, estariam na cadeia, já que o abuso do poder econômico promoveu uma maior alta de tarifas e lesou os milhões de usuários do sistema aéreo que estão sentindo no bolso a disparada dos preços das passagens.
Por Antonio Ribeiro
Imagem: Aeroporto de Fortaleza
