Nessa terça-feira (02), Eduardo Siffert Couto, analista do banco Goldman Sachs, afirmou que o anúncio da companhia aérea Gol, que anunciou nessa segunda-feira (01) que compraria 60 aeronaves Boeing 737 MAX, pode ser um indício de que a empresa prepara um plano estratégico de longo prazo que pode incluir a venda de uma fatia de seu capital.
“Em nossa opinião, essa grande encomenda pode renovar a conjectura de uma potencial fusão ou aquisição da Gol, uma vez que a companhia não explicou como vai se financiar para pagar as aeronaves”, afirmou.
Eduardo afirmou ainda que pedidos de aquisição de aviões de longo prazo são geralmente flexíveis em termos de data de entrega, podendo também servir mais como uma indicação de estratégia para os próximos anos.
Como fatores que possam indicar uma possível venda, Couto relembra uma nota de que a Gol estaria realizando uma reunião entre seus executivos e os executivos da companhia árabe Qatar Airways, possivelmente discutindo uma possibilidade de compra da empresa brasileira, usando o mesmo desenho da fusão da Lan com a Tam, que criou a holding Latam.
O Goldman Sachs acredita, porém, que o anúncio da compra dos 60 aparelhos não tem impacto no curto prazo e destacou que a Gol deve continuar enfrentando margens mais baixas, taxas de retorno fracas e custos altos.
Nesta terça-feira (02), as ações da Gol caíram 11,02%, a 11,39 reais, após subir mais de 10% na segunda-feira, com rumor de que o anúncio da coletiva de imprensa seria a venda de parte da companhia para sanar suas finanças.
Por Antonio Ribeiro
Imagem: Maurício Sato