Helicóptero com sistema ejetor?

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Pois é, hoje falaremos de sistemas ejetores de helicóptero – mais precisamente, dos dois helicópteros que, na minha opinião, são os melhores e mais poderosos da história: o Kamov Ka-50 e Ka-52.

O Kamov Ka-50 “Black Shark” entrou em serviço em 1995, para fazer parte do poder bélico russo. Suas novidades – como o já conhecido sistema da Kamov de rotor coaxial, anulando a necessidade do rotor de cauda – faziam com que esta máquina fosse a mais manobrável possível, podendo voar com facilidade de todas as formas desejáveis. Ainda dentre estas novidades, o Ka-50 contava também com um assento ejetável. Foi a primeira produção de helicóptero com esse dispositivo.

Poucos acidentes ocorreram com os Ka-50 e 52 envolvendo os assentos ejetáveis. Em um dos casos mais recentes, a Rússia perdeu um de seus seis Ka-52 por um acionamento acidental do sistema, no momento da aterrissagem em Moscou. Dentre os outros casos, o sistema se mostrou muito eficiente em salvar vidas.

Mas você pode estar se perguntando: Como assim?! Helicóptero com assento ejetável? Sim, mas não é como muitos imaginam, igual a esta imagem:

O sistema é mesmo semelhante ao de um caça. No entanto, o helicóptero conta com parafusos explosivos, localizados na base das pás do rotor principal, que funcionam sincronizadamente com o sistema de ejeção, fazendo com que as pás sejam quebradas momentos antes do assento ser lançado.

Os parafusos explosivos funcionam de diversas formas, dependendo de cada tipo de peça. Uma das composições mais utilizadas é o explosivo de nitroamina, ou dinitroamina, um explosivo altamente potente. Sua velocidade de detonação é de 8,750 m/s, o que o torna tão confiável. O único problema são seus efeitos colaterais: este tipo de explosivo é altamente cancerígeno, mas pela baixa quantidade utilizada nos parafusos do Ka-50 e Ka-52, acaba se tornando inofensivo.

Andrews Claudino