História das Companhias Aéreas – Capítulo 95

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A história da Egypt Air teve início no ano de 1931, quando o Egito recebeu a visita de Alan Muntz, presidente da Airwork Services – uma empresa britânica com um consolidado histórico de serviços prestados à Força Aérea Inglesa. Muntz pretendia difundir e incentivar a aviação entre os jovens egípcios, podendo assim criar um novo nicho na região, até então inexplorada por companhias aéreas. Somando seus investimentos aos do Banco Nacional do Egito e de investidores privados, a companhia iniciou suas atividades em 7 de Junho de 1932. O local escolhido como base de operações foi o aeródromo de Almaza, em Heliopolis, distrito suburbano da Cidade do Cairo.

Os primeiros voos foram operados utilizando aeronaves De Havilland DH.84 Dragon, um bimotor biplano com capacidade para até 10 passageiros. A primeira rota ligava o Cairo a Alexandria, cidade turística onde se localiza o maior porto do Egito. Ao voar por essa rota, os passageiros poderiam visitar, em um único dia, duas das Sete Maravilhas do Mundo Antigo: A Pirâmide de Quéops, e o Farol de Alexandria. Posteriormente, somaria-se aos destinos da companhia a cidade de Mersa Matruh, outro destino litorâneo de grande importância turística, com acesso ao Mar Mediterrâneo.

Em maio de 1949, as ações de Muntz e dos investidores privados foram adquiridas pelo Banco Nacional do Egito, tornando a Egypt Air uma companhia estatal. Sete anos depois, no ano de 1956, o Egito seria invadido por Israel, França e Grã-Bretanha, em uma batalha pelo controle do Canal de Suez, principal interligação marítima entre a Europa e a Ásia. A Guerra do Suez, como ficou conhecido o conflito, trouxe severas perdas à Egypt Air, e encerrou-se somente quando os invasores foram expulsos por uma coalizão formada entre as Nações Unidas, a União Soviética e os Estados Unidos. Inúmeras aeronaves da companhia foram destruídas durante a guerra.

Apesar de ser uma companhia estatal, a Egypt Air opera sob leis especiais, que lhe permitem ser gerenciada sem qualquer interferência do governo egípcio. Em troca de sua liberdade de gestão, a companhia aceita não ser subsidiada por verbas públicas. Apesar de um extenso histórico de incidentes ao longo de sua história – incluindo alguns sérios acidentes com vítimas fatais – a Egypt Air tornou-se, em 2004, a primeira companhia africana a certificar-se perante a IOSA, a Auditoria de Segurança Operacional da IATA, que atesta a aderência da companhia aos padrões de gestão operacional da Associação Internacional do Transporte Aéreo.

O mais recente revés sofrido pela empresa data do ano de 2011, quando a Revolução Egípcia trouxe sérias consequências à economia do país. Em virtude de altas taxas de desemprego, inflação, corrupção, más condições de vida e ausência de liberdade de expressão, o Egito foi acometido por protestos visando a derrubada do presidente Hosni Mubarak, que até então somava trinta anos no comando do país. Apesar das severas perdas causadas pela revolução, a Egypt Air segue operando como companhia de bandeira do Egito, atendendo a mais de 75 destinos no Oriente Médio, Europa, África, Ásia e Américas, utilizando aeronaves Boeing das séries 737 e 777, e aeronaves Airbus das séries A320, A330 e A340.

Luiz Cláudio Ribeirinho
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