Quando vemos um jato executivo decolar, seja em grandes aeroportos ou mesmo nos pequenos, vemos que, pelo seu tamanho, eles ganham uma enorme velocidade facilmente. Alguns até parecem um caça.
O Learjet 23, por exemplo, é o avô de todos os jatos, sendo o primeiro executivo a ser produzido em escala industrial. Seu projeto inicial teve suas raízes em um avião de caça suíço, o FFA P-16. Uma das características que mais assemelha o Learjet ao P-16 são suas asas curtas e afiladas, com os enormes tanques nas pontas.
O primeiro protótipo do P-16 apresentou bons resultados durante os testes, então dois protótipos adicionais foram construídos até 1960. Porém, após um acidente fatal com o terceiro protótipo, o projeto do P-16 foi abandonado.
Em 1960, o empresário William Powell (Bill) Lear fundou a Swiss American Aviation Corporation (SAAC), com o objetivo de transformar o P-16 em um pequeno jato executivo. Assim, deu início ao projeto, nomeando-o de SAAC-23 ExecuJet. A empresa mudou-se posteriormente para Wichita, no Kansas, e foi rebatizada de Lear Jet Corporation.
A construção do primeiro protótipo começou antes mesmo que as instalações de Wichita estivessem concluídas. O projeto básico do avião foi feito pelo engenheiro suíço Hans-Luzius Studer, o mesmo projetista do FFA P-16.
Seu primeiro voo foi realizado no dia 7 de outubro de 1963. Não era um jato tão fácil de ser pilotado, mas para os padrões existentes na época, teve um desempenho espetacular. Mesmo com a queda do primeiro protótipo em junho de 1964, a Learjet deu continuidade ao seu projeto e, em outubro do mesmo ano, foi entregue a primeira aeronave de sua produção.
O Learjet foi inicialmente equipado com motores General Eletric CJ-610, de 2.850 lbf de empuxo cada. Esses motores eram derivados dos motores militares GE J85, os mesmos utilizados nos Northrop F-5.
O motor CJ-610 é considerado até hoje um dos melhores motores a reação peso-empuxo já produzidos. Instalados no Learjet 23, esses motores tiveram um desempenho espetacular, atingindo uma velocidade máxima de 488 kt a FL240. Sua velocidade de cruzeiro era de 450 kt (Mach 0.80) a FL400, podendo subir a uma razão de incríveis 6.900 pés por minuto. Uma definição dos pilotos na época era de que os Learjet eram verdadeiros “foguetes”.
- Sky Commuter: Melhor em torrar dinheiro do que qualquer outra coisa - 10/02/2015
- Antonov no Brasil, mais provável do que imaginamos - 09/02/2015
- Combate a incêndios: A tecnologia atual - 04/02/2015