O primeiro avião a pousar em um porta-aviões brasileiro

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A Força Aérea Brasileira é a única até hoje a operar embarcada em porta-aviões. Essa característica ímpar tem suas origens na própria formação da FAB. Até 1941, tanto o Exército Brasileiro (EB) quanto a Marinha do Brasil (MB) tinham suas aviações distintas, a Aviação Militar e a Aviação Naval. Com a criação do Ministério da Aeronáutica (MAer), tanto o EB como a MB perderam suas aviações, cujos material e pessoal (em sua quase totalidade) foram transferidos para a nova FAB. Com o final da Segunda Guerra, a MB tentou reinstituir sua aviação. Porém, não obteve sucesso, já que a criação do MAer colocava sob o controle da FAB toda e qualquer aeronave militar.

Com a aquisição do porta-aviões “Minas Gerais” (A-11) em 1956, o MAer criou, em 6 de fevereiro de 1957, o 1º Grupo de Aviação Embarcada (1º GAE), a fim de prover os meios aéreos à Marinha do Brasil, para operação a partir de seu porta-aviões.Em consequência disso, em 1961, a FAB adquiriu 13 aeronaves Grumman P-16A Tracker (S2A na designação americana). Com essa estrutura, o 1º Esquadrão do 1º GAE foi a Unidade designada para operar os Trackers, tendo como base terrestre a Base Aérea de Santa Cruz (BASC).

Apesar do “Minas Gerais” encontrar-se em operação desde 1960, após as modificações sofridas em estaleiros holandeses, a MB proibia a operação de aeronaves da FAB a partir do porta-aviões. Esse impasse só foi resolvido quando o presidente Castelo Branco assinou o decreto nº 55627, em 26 de janeiro de 1965.

Em 22 de junho de 1965, o então Cap.-Av. Antonio Claret Jordão realizou o primeiro pouso no “Minas Gerais”, pilotando o P-16 7021. Esse passou a ser o primeiro “catrapo” em um porta-aviões no Brasil. Desde então, essas aeronaves guarneceram o “Minas Gerais” por 33 anos.

Em 1976, a FAB recebeu 8 aeronaves P-16E. Assim, uma parte dos antigos P-16A passou a servir como aeronaves de instrução para os novos pilotos do GAE, enquanto a outra parte, convertida para UP-16, passou a desempenhar um papel utilitário, transportando carga e passageiros. O 7021 fez parte dos exemplares convertidos, tendo todo seu material eletrônico removido e, em seu lugar, instalados assentos para passageiros.

O UP-16 7021 encontra-se preservado na entrada principal do PAMA-SP, um pouco afastado do hangar de manutenção dos F-5.

Andrews Claudino