Nessa segunda-feira (16), alguns alunos do Curso de Pilotos de Aeronaves do Exército Brasileiro testaram pela primeira vez, em São Paulo, um simulador de voo dos helicópteros Helibras HB 350 Esquilo, atualmente usados para instrução. O equipamento fornecerá instrução aos futuros pilotos de asas rotativas do Exército Brasileiro, e é o primeiro simulador do tipo usado pela instituição militar.
Quatro anos foram gastos para projetar e construir o simulador, que possui tecnologia 100% nacional, e consumiu R$ 4 milhões em investimentos. “Tudo nesse simulador foi feito no Brasil, inclusive algumas peças tiveram que ser moldadas porque não eram encontradas para compra. Até mesmo o software com as informações de voo foi desenvolvido aqui, e poucos países no mundo têm condições de produzir toda essa tecnologia. O Brasil passa a integrar esse seleto grupo”, afirmou o instrutor do curso, o Major Alexandre Rocha.
De acordo com o major, o projeto foi desenvolvido pelo Exército, tendo como parceira a Spectra Tecnologia. O simulador já está concluído, e aguarda apenas a homologação da ANAC, com o objetivo de adicionar efetivamente as horas de voo nas carteiras dos pilotos. Muito próximo da realidade, o equipamento pode simular até os movimentos físicos e manobras de um helicóptero real, pois possui a tecnologia “full motion”.
A expectativa pela especialização e conclusão do curso para os alunos é grande. “Nós ficamos meses aprendendo a teoria e esse momento é a coroação de tudo isso. Hora de colocar em prática tudo que foi aprendido”, afirma o tenente Schäfer, 27 anos, um dos alunos do curso. Vinte e um alunos virão de Taubaté nessa semana até à capital paulista para cada um concluir, ao menos, uma hora de voo no simulador.
A expectativa do Exército é que, no futuro, pilotos da Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros possam usar o simulador, mas não há previsão de uso dos simuladores por enquanto. “O Esquilo é a aeronave usada para instrução, a primeira que se aprende a pilotar, e a mais vendida no mundo. Por isso começamos pela criação de um simulador dessa aeronave e a ideia é que essa tecnologia seja acessível àqueles que precisam usar o helicóptero, como pilotos das polícias Militar e Civil e dos Bombeiros”, afirma o Major Rocha.
O equipamento também deverá ser usado em cursos de gerenciamento de crises e panes para pilotos já formados e e experientes. “Usamos treinadores sintéticos para esse treinamento, mas eles não possuem movimentação. Agora será possível avaliar melhor as habilidades dos pilotos de consciência situacional e processo decisório”, afirma o Major Sazdjian, oficial de segurança de voo do Exército.
Por Antonio Ribeiro
