Em média, 1,4 mil aviões passam pelo Aeroporto de Araraquara todos os meses. Porém, não é só de aviões que o aeroporto vive, já que a pista virou uma espécie de ‘atalho’ para alguns moradores do bairro Jardim das Hortênsias, que fica próximo ao Aeroporto.
Para ter acesso à pista, o muro de blocos de concreto e um alambrado de proteção do aeroporto foram parcialmente destruídos. De acordo com moradores, o acesso irregular está aberto há bastante tempo, e nenhuma providência foi tomada até agora pelas autoridades.
“Ou atravessamos por aqui (pista do aeroporto), ou temos de dar uma volta de quase quatro quilômetros. Acompanhada dos meus quatro filhos e sem o auxílio de um automóvel, fica complicado”, reclama a dona de casa, Joana Marilza da Silva, de 35 anos, que confessou passar ali quase que diariamente.
Joana também foi perguntada se não há risco em cruzar a pista enquanto ocorrem as operações de pouso e decolagem, e a resposta da dona de casa é surpreendente: “Os pilotos esperam as pessoas passarem, então não há perigo”.
A afirmação da dona de casa é confirmada por relatos de outras testemunhas. Nessa semana, um adolescente parou a bicicleta na cabeceira da pista enquanto uma aeronave pousava.
Responsável pela administração do aeroporto, o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp), esclareceu através de uma nota que quando ocorrem as invasões, o vigilante imediatamente retira as pessoas e é feito o reparo do muro e reposição do alambrado, porém as ações repetem-se.
O órgão estadual também ressaltou que “Já foram feitas várias reuniões na tentativa de conscientizar a população e juntamente com a Prefeitura criou inclusive uma via lateral ao aeroporto para que as pessoas utilizem para chegar aos distritos industriais”. Porém, enfatizou que cabe à Prefeitura de Araraquara resolver o problema.
A Assessoria de Imprensa da Prefeitura disse ontem que se posicionará sobre o assunto durante esta semana.
A situação lembra muito a morte de um motociclista que atravessava uma pista de aeroporto no estado do Amazonas, enquanto um Minuano pousava. Nesse empurra-empurra com a barriga, aguardamos um possível acidente.
Por Antonio Ribeiro