Assim como eu, você já deve ter se perguntado qual a real diferença de uma pista de pouso/decolagem de um aeroporto para uma auto estrada normal, e a resposta é: Toda. Acho que a única semelhança entre as duas é que pneus passam por cima, pois as duas diferem em tantos aspectos, que não é possível comparar nem o modo de construção, muito menos seu uso. Se prestarmos bem atenção, um aeroporto é a pista. Tudo depende de como as aeronaves vão chegar nela e como vão sair dela. Atrasos, cancelamentos e horários envolvem diretamente a pista em uso, por isso alguns aeroportos dispõem de mais de uma, ou de até três pistas.
A série dessa semana vai abordar as características gerais que envolvem uma pista de aeroporto. O foco é mostrar desde como é feita a escolha da sua orientação magnética, até sua construção e detalhes práticos sobre a sua utilização. Anteriormente, citei em outro artigo as pistas de aeroporto, retratando o contraste do passado para as atuais, mas mesmo as feitas e utilizadas no passado tinham sua ‘’tecnologia’’ envolvida e suas limitações, como atualmente. Só saberemos a dimensão das nossas limitações atuais quando elas futuramente forem superadas, e essa é justamente a “palavra do dia” para os aeroportos hoje no Brasil. A superação dos nossos desafios envolve diretamente a capacidade dos aeroportos, que por sua vez depende também das pistas utilizáveis, ou seja: muito assunto para discutirmos.
Algumas pistas são taxadas como as mais perigosas do mundo, outras como o sonho de qualquer piloto, simplesmente perfeitas, e outras construídas especialmente para determinado uso, mas uma coisa elas têm em comum: uma vez no ar, uma pista é o que o piloto mais deseja ter por perto. Um fato sobre as pistas de pouso é que, na verdade, elas não existiam até meados da década de 40. Existiam, na verdade, campos de pouso. A necessidade de um pavimento mais resistente que suportasse o peso dos aviões mais carregados levou à ideia de uma pista reta e longa para decolagem. Após algumas dezenas de acidentes, também perceberam que as pistas precisavam ser sinalizadas. E novamente a guerra, por pior que tenha sido, trouxe um benefício para a aviação.
As pistas de pouso/decolagem precisam atualmente ser resistentes. Devem ser construídas levando em conta o vento na região, com uma dimensão onde seja possível, eventualmente, abortar a decolagem e parar totalmente a aeronave. Há ainda os fatores obrigatórios de resistência, que são estritamente específicos para dado tipo de operação. Vamos passar nossa semana falando sobre o solo, mas sem dúvida, com o objetivo de entender a melhor e mais segura forma de chegarmos no ar.
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