Toda e qualquer pista perde sua função sem as aeronaves. Por mais completa que ela seja, precisa ser utilizada constantemente para fazer jus ao seu custo de construção. Não existe a melhor pista do mundo sem o avião mais moderno ou mais complexo operando na mesma. Esse fato nos remete a um ponto muito interessante que envolve os dois assuntos em questão, pistas e aeronaves: a perspectiva para o futuro, em comparação com as pistas de pouso/decolagem atualmente utilizadas, é sem dúvida tentar ao máximo a automatização do pouso ou da decolagem.
Esse pensamento já existe de forma bem aceitável no que tange rodovias e carros, mas tornar o voo mais “seguro”, desde a aceleração até a parada total da aeronave no solo, tem sido um grande desafio cheio de obstáculos e preconceito. O que é preciso entender em relação a esse assunto é que a tentativa de automatização de procedimentos não exime o piloto de sua função (nem jamais o fará), mas sim, coloca-o como a última e extrema alternativa, uma vez que em situação muito adversa, a tripulação não teria capacidade de executar tal procedimento. Então, partindo desse pensamento, podemos pensar na seguinte questão: como tornar uma pista mais segura do que já é?
O futuro das pistas de pouso e decolagem será algo como vemos constantemente em documentários na TV: além de um sistema de luzes, balizamento e sinalização responsável por guiar o piloto, será possível encontrarmos também um sistema secundário de balizamento, dirigido à assistência remota de controle da trajetória da aeronave ainda no solo. Um sistema que eventualmente possa guiar a aeronave em caso de perda de reta ou obstáculo na pista; que possa dar informações sobre pista contaminada e danos na sua estrutura, ou mesmo que não permita a partida quando o peso e categoria da aeronave se tornar um risco operacional naquele determinado aeroporto.
Seria tudo como um ILS adaptado à operação ainda no solo, não eximindo o piloto de suas funções ou sobrepondo-se à sua autonomia, mas sim, entrando como dispositivo auxiliar e eventual, onde as condições sejam tão extremas que a continuação de determinado procedimento, mesmo no solo, seja duvidosa. Acredito que esse não seja um futuro tão distante, uma vez que é perceptível essa grande tendência atualmente. Talvez em 5 anos já surja a primeira pista com um sistema de guia disponível a certas aeronaves.
Balizada ou não, de asfalto ou terra, uma pista precisa ser segura em qualquer situação, por pior que ela seja. Como disse anteriormente, “Se prestarmos atenção, um aeroporto é a pista. Tudo depende de como as aeronaves vão chegar a ela, e como vão sair dela. Atrasos, cancelamentos e horários envolvem diretamente a pista em uso”. Dessa forma, faz-se muito importante que nós, usuários desse aparelho, o conheçamos e entendamos cada vez mais, assim como todo e qualquer ponto que envolva o “voar”.
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