Prático de Piloto Privado 11

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Bem Amigos do Canal Piloto

Manobra Coordenação de 1º e 2º Tipo.

Voltando após uma reprovação na manobra, acordei de manhã e fui ao aeroclube. Desembarquei na cidade de Bragança Paulista às 09h30min e com mais 20 minutos de caminhada cheguei ao aeroclube, tomei o café da manhã e me apresentei para o voo, meu horário agendado era 11h45min, então resolvi estudar o manual.

Vamos estudar juntos:

A manobra de Coordenação de 1º Tipo: consiste em inclinar o avião alternadamente para os lados, sem modificar sua trajetória aplicando manche e pedal coordenadamente. Voo em regime de cruzeiro – 80mph/2100rpm

A manobra de Coordenação de 2º Tipo: consiste em curvas de média inclinação de 45º para direita e para esquerda em relação a uma referência. 80mph/2100rpm. Altitude mínima é de 1500’ AGL.

Logo fiquei sabendo qual aeronave e o instrutor que iria voar. Era um instrutor que também nunca tinha voado, e como no último voo não faltaram críticas a minha performance, logo a tensão foi alta e já imaginava que seria muito criticado novamente. Fomos para o briefing e conversamos sobre a manobra de coordenação, ele me explicou tudo sobre a manobra e foi a primeira vez que eu ouvi a frase: “Calma e Elegância”; e continuou; “O paulistinha é uma aeronave dócil, não precisa ficar nervoso, estou aqui para te ensinar, ser reprovado é normal”. Esse comentário me deixou menos nervoso.

Saí do briefing, peguei a documentação da aeronave e fui fazer a inspeção, aeronave estava perfeita e fui ao DAESP fazer a notificação. Após a notificação assinada, voltei ao PP-HGB para acionarmos. Entrei no HGB, acionei, coordenamos no rádio e iniciei o taxi. O medo de ser duramente criticado pelo instrutor me fez ter atenção redobrada na taxi, até o ponto de espera. Fiz o briefing de decolagem, pane acima de 500’, abaixo de 500’, reacionamento e aterragem sem potência. Com todos os cheques memorizados, aguardei só a pista ficar livre para ingressar. 

O instrutor me pergunta se eu já tinha decolado, afirmei que sim, ele então permitiu fazer a decolagem. Como não sabia o jeito do instrutor, meu nervosismo não baixava. Alinhei e decolei, e já na decolagem o instrutor me tranquilizou muito, usava muitas palavras de incentivo, o que me deixou realmente tranquilo.

Aproamos Joanópolis, para ingressar na área 459 e começar nosso treinamento. Chegando em cima da represa, ele falou: “Vamos lá Torquato. Vem comigo”. Ele então deu manche e pedal e eu fui acompanhando os movimentos, até que ele parava de atuar nos comandos e eu continuava o movimento, errei bastante até começar a pegar o jeito.

Ele dava uns gritos de “Vai” toda vez que era hora de dar manche e pedal para o outro lado e com isso fui acertando, junto com os acertos veio à alegria, mas na hora que ele parava de falar “vai”, eu errava, então ele colocava a mão nos meus ombros e dizia: “Calma Torquato, você está nervoso, relaxa. Vamos de novo”.


Vídeo de como foi efetuada a manobra. Deixei o áudio original para vocês tentarem
ouvir o instrutor motivando durante a decolagem e durante o voo.

Fomos tentando, errando e aprendendo, cada novo erro, em vez de criticas, eram motivacionais, fiquei muito tranquilo e comecei a acertar, mas no final voltando para Bragança eu errei algumas vezes. Então ele me perguntou se tinha algum problema em estender minha hora em alguns minutos, eu disse que não. Ele então falou, dá um 180º vamos fazer mais algumas vezes só para deixar você afiado.

Dei o 180º fiz novamente a manobra de coordenação, acertei em todas e ele falou; “disse que te deixaria afiado, agora vamos pousar”. Aproamos Bragança Paulista e viemos para pouso, taxiamos até o pátio, cortamos o motor e fiquei feliz da vida com a minha aprovação, realizei o cheque de abandono e fui para o debriefing. No Debriefing ele me perguntou o que achei do voo, eu respondi que tinha sido muito bom. Ele me deu nota 3 e falou; “Parabéns você foi bem”. Também deixou uma observação; “Você está voando muito bem”.

Agradeci pelo voo e estava pronto para voltar pra casa, na caminhada pela estrada de terra, voltei pensando. Na semana passada eu fiquei imaginando porque aquelas críticas? Mas foi a forma que o instrutor achou melhor para eu aprender. Nesse voo eu fiz o melhor para não receber as criticas e aconteceu do voo ser muito bom e tranquilo para ambos.

Lembrei-me do Rolim falando; “Em busca do ótimo não se faz o bom”. Aprendi que o voo cheio de criticas foi para eu não me acostumar com pequenos erros.

Próximo voo: curva de Grande.

Boa semana e bons voos.
Rafael Torquato.

Alexandre Sales
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