Saudações Comandos !!!
Hoje tem mais um capítulo nessa novela sem data para término. Como de costume, cheguei ao aeroclube antes do horário agendado, que era às 10h45min.
Apresentei-me para o voo, inspecionei a aeronave e fui me encontrar com o instrutor. Fomos ao briefing conversar sobre o que faríamos em voo e, depois de cinco horas na mesma manobra, já tenho na ponta da língua a teoria. Mas a prática ainda falta muito.
Vamos à conversa:
* Decolar e fazer o cheque de 500’ AGL.
* Manter o circuito fazendo curvas de pequena inclinação e subindo até 1000’ AGL.
* No último terço da pista, abrir o ar quente e, no través da cabeceira iniciar o voo planado (1000 RPM, 65 MPH). Compensar a aeronave, rodar base e final.
* Cruzando a cabeceira, devemos quebrar o planeio e arredondar a aeronave suavemente até estolar e tocar de três pontos.
O instrutor reparou que eu tenho um leve receio de levar o manche todo à frente com medo da hélice tocar no solo. Ele me orientou com segurança que não há possibilidade disso ocorrer pela pouca velocidade. Mas, mesmo assim continuei com esse receio.
Brifado, inspecionado, acionado, taxiamos até o ponto de espera da 34. Na corrida da decolagem, levei o manche à frente e o instrutor disse: “pode levar o manche sem medo”. Rodei a 60mph fiz todo o circuito, cruzei a cabeceira e fui quebrando o planeio. Toquei forte no solo, subi, dei motor para corrigir a queda e toquei novamente. Livrei na intersecção principal e taxiei novamente até a cabeceira.
Na decolagem, levei o manche à frente bruscamente. O instrutor me corrigiu na hora dizendo: “tem que levar o manche à frente com agilidade e ao mesmo tempo com suavidade”. O Paulistinha é dócil, não precisa de movimentos bruscos. Mas sim ágeis e leves.
Fiz toda a corrida, rodei e fiz o circuito de tráfego. No pouso, vim compensando e na rampa trouxe o manche devagar, deixando a aeronave afundar levemente. Quebrei o planeio baixo demais e o pouso ficou parecido com pouso de pista. Quando colei o manche, a aeronave estava com energia e acabou saindo do solo. Estolei e o avião ficou no chão. Livrei novamente a pista e taxiei até o ponto de espera. Após a passagem do tráfego, ingressei na pista ficando 45º e esperando o tráfego livrar ou arremeter.
Alinhei a aeronave, completei motor e fiquei esperando a indicação de velocidade com o manche colado. Senti uma forte trepidação nos pedais e, na hora o instrutor falou “está comigo” e assumiu os comandos. Nunca tinha acontecido isso comigo. Quando o instrutor abaixou o nariz do avião, nós estávamos a uns dez metros de altura.
Tocamos o solo, livramos a pista e taxiamos novamente para o ponto de espera. Como nunca tinha acontecido comigo, perguntei ao instrutor o que tinha acontecido. Ele respondeu que eu mantive o manche colado e a aeronave saiu dos três pontos. A trepidação foi por causa da bequilha em contato com o solo.
Novamente outra decolagem, houve indicação normal de velocidade, levei o manche à frente e rodei. Fazendo o circuito, alonguei a perna do vento, rodei base e final. Rampa bem configurada e pouso ruim.
Taxiamos até o pátio, cortamos e fomos ao debriefing. Conversamos sobre meus erros e novas orientações. Levar o manche à frente com suavidade e agilidade e fazer mais horas de nacele para ter melhor visão periférica e com isso, melhora a quebra do planeio e arredondamento, a saída de três pontos e correções para pouso.
Pedi desculpas pelos erros, agradeci o voo e semana que vem tem mais um capítulo.
Rafael.