Prático de Piloto Privado 22

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Saudações Pilotos.

  Hoje mais um capitulo da novela que, a partir de agora já tem data para seu término! A manobra é novamente o TGL (Touch and Go Landing)

  Apresentei-me para o voo e logo descobri que o instrutor era um dos que me deixam mais tranquilo durante voo. Fiquei contente e pensei que hoje seria o dia de ser aprovado.

  Inspecionei a aeronave e fui para o briefing que era o mesmo:

  * Decolar e fazer o cheque de 500’ AGL;
  * Manter o circuito fazendo curvas de pequena inclinação e subindo até 1000’ AGL;
  * No último terço da pista, abrir o ar quente e no través da cabeceira iniciar o voo planado (1000 RPM, 65 MPH), compensar a aeronave, rodar base e final;
  * Cruzando a cabeceira, devemos quebrar o planeio e arredondar a aeronave suavemente até estolar e tocar de três pontos.

  O instrutor leu os relatórios dos meus pousos anteriores e disse: “Seguinte Torquato, em todos os voos anteriores você estava entrando de roda. Se você entrar de roda uma vez, eu vou corrigir verbalmente. Se entrar de roda novamente, eu vou atuar. E se eu atuar você vai repetir a manobra”. Pronto, era o que eu não queria ouvir.

  Passei a notificação, acionei e fui taxiando. Fiquei tenso. Todos os pousos feitos até agora foram ruins, e se errar um pouso já estaria reprovado. Adrenalina e concentração estavam no ápice.

  Ingressei na pista, fiz o briefing de decolagem e completei o motor. Levantei a cauda, aeronave ficou meio boba, o zigue-zague foi curto. Na decolagem já estava sentindo melhorias, mas ainda falta um pouco para ficar bom.

  Rodei, fiz o circuito, no último terço da pista abri o ar quente, o coração acelerou e o medo de entrar de roda aumentou. Girei base e final, trouxe para a rampa, vim no planeio, na curta final fechei o ar quente, mistura rica e pista livre. Lembrei-me de todos os voos anteriores que não quebrava o planeio direito por causa de receio.

  Como o instrutor não me perdoaria por causa de uma entrada de roda, pensei comigo: “Vou puxar esse manche e vamos ver o que vai acontecer”. Nos voos anteriores eu puxava devagar e entrava de roda. Nesse eu cabraria mais.

  Cruzando a cabeceira, cabrei o manche e a aeronave quebrou o planeio. Fui trazendo devagar, toquei de três pontos e infelizmente o toque foi torto, mas já foi uma melhoria. O instrutor então falou: “Bom pouso, mas tocou torto. Vamos melhorar isso aí, pode arremeter”.

  Completei o motor, levantei a cauda e comecei o zigue-zague. Então o instrutor alinhou a aeronave e falou para manter a posição. Nesse momento comecei a melhorar o controle em solo.

  Arremeti, fiz todo o circuito, e lá estava eu para mais um pouso. Cheguei na rampa, quebrei o planeio e vim trazendo devagar. A Falta de visão periférica me fez estolar alto, o impacto foi forte e a aeronave quicou algumas vezes no solo, mas ficou.

  Arremeti novamente, fiz novo circuito e mais um pouso. Neste cheguei baixo, fui trabalhando o motor para chegar à rampa. Toquei torto, entrei de roda, mas me corrigi rapidamente dando um pouco de motor, alinhando novamente e colando o manche. Quando colei o manche, aeronave tocou e ficou. Ao todo foram cinco pousos, taxiei até o pátio, cortei os motores e fomos ao debriefing.

  Na conversa o Instrutor me disse: “Melhorou, mas ainda falta muito. A quebra de planeio ficou legal, o arredondamento também, mas não pode tocar torto. Presta atenção na center-line e faz a correção do vento. Mas está melhorando. Em dois pousos eu não coloquei a mão”.

  Fiquei feliz em saber que eu efetuei dois pousos bons sem o instrutor atuar. Agradeci e agendei o voo para algumas semanas depois.

Próximo capitulo: PS11 – TGL.

Abraços.

Renato Cobel
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