Prático de Piloto Privado 23

posted in: Rafael Torquato, Textos | 2

Saudações leitores.

  Após seis voos, totalizando 5h50min e 26 Pousos, nesse voo teremos o mesmo instrutor do voo anterior e a mesma manobra.

  Apresentei-me com antecedência e fomos ao briefing conversar sobre a manobra. Vocês que acompanharam as colunas anteriores já devem saber na ponta da língua o que faríamos:

  * Decolar e fazer o cheque de 500’ AGL;
  * Manter o circuito fazendo curvas de pequena inclinação e subindo até 1000’ AGL;
  * No último terço da pista, abrir o ar quente e no través da cabeceira iniciar o voo planado (1000 RPM,   65 MPH). Compensar a aeronave, rodar base e final;
  * Cruzando a cabeceira, devemos quebrar o planeio e arredondar a aeronave suavemente até estolar e     tocar de três pontos.

  Antes de entrar na sala, olhei para a biruta e vi que estava ventado. Perguntei para alguns comandos como estava a atmosfera e todos responderam que estava “batendo, incomodando”.

  Eu estava ciente das condições meteorológicas, o instrutor me alertou que estava ruim mas argumentei que queria voar e expliquei os motivos: Fazia tempo que não voava, então mesmo com atmosfera trabalhosa, queria sentir novamente o avião para não perder o pé e mão. A biruta estava alinhada. Mesmo batendo e podendo me prejudicar nos pousos, conseguiria fazer as decolagens.

  Criei um método que foi um pouco mais útil para mim, mas talvez não seja para vocês, e também não recomendo. Concentrei-me muito na decolagem para eliminar de vez o zigue-zague e fazer de forma correta até se transformar em algo automático. Depois era focar totalmente no pouso, pois já estaria totalmente familiarizado com a decolagem. Deixei claro para o instrutor minha intenção e ele respondeu: “Se for bom para você, tudo bem. Vamos voar”.

  Brifado, inspecionado, notificado e acionado. Taxiamos até o ponto de espera, ingressemos na pista, centralizei a aeronave e olhei bem para as faixas em solo. O instrutor disse: “Deixa os pedais calçados, e faça movimentos rápidos para corrigir as tendências. Se antecipe à aeronave”.

  Completei motor, aeronave começou a ganhar energia e, devido ao torque do motor, uma leve tendência para a direita. Para corrigir, dei um toque no pedal esquerdo e voltei para a posição neutra. A Aeronave novamente tendeu a sair para a direita, dei novamente outros toques, e assim fui controlando. Junto com o controle do avião, veio alegria de realmente sentir melhorias na manobra.

  Decolei e, fazendo o circuito, já sentia a atmosfera batendo. Era 13h em ponto, pior horário para voar. Os pousos não eram o foco principal, mesmo assim, fiz todo o esforço para efetuá-los da melhor maneira possível. Efetuado o pouso, colei o manche e completei motor para arremeter. Quando levantei a cauda, a aeronave estava bastante desalinhada.

  Dei bastante pedal para a esquerda, fazendo com que aeronave voltasse ao eixo. Enquanto ela ainda estava virando para a esquerda, eu dava vários “tapinhas” no pedal direito para amenizar aquele “pedalzão” anterior.

  A dica é: Dá um toque e volta e faça movimentos curtos e rápidos.

  Arremeti, fiz todo o circuito e novamente outro pouso. Nesse, eu comi muita pista e livrei na intersecção principal para o ponto de espera. Ingressei na pista, completei motor, quando levantei a cauda estava alinhado e consegui me manter sem muitas dificuldades.

  O Interessante é que não basta só o teórico e o prático, precisa-se da confiança. Tornou-se um ciclo-vicioso do bem: Quanto mais se acerta, mais confiante, o que te faz acertar mais até que se torna algo normal.

  Fui reprovado na manobra, mas a decolagem já estava saindo legal. Ainda podendo melhorar bastante, mas já é uma melhoria. Depois de seis reprovações sem ter melhorias perceptíveis, o psicológico não fica muito bom.

  Sai do voo revigorado, agradeci ao instrutor pela extrema atenção e dedicação e, de brinde, ainda teve churrasco no aeroclube.

  Deixo meu reporte da semana, não foi dessa vez, mas está indo. Junto, um agradecimento ao Inva Thalles e ao Gabriel AP que comentaram diversas dicas nas colunas anteriores sobre TGL que me ajudaram muito nessas melhorias.

  Obrigado ao Canal Piloto, leitores, Instrutores e aeroclube. Forte abraço e até semana que vem.

Renato Cobel
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