Prático de Piloto Privado 24

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  Saudações comandos.

  Decolar é uma coisa, decolar direito é outra. O Voo foi agendado para 15h45 em pleno feriado prolongado.

  Acordei de manhã para ir ao aeroclube e tentar um horário de encaixe antes do meu vôo. Na inocência, saí de casa às 08h e, chegando à rodoviária tomei um susto! Parecia que toda a cidade estava indo para o mesmo lugar, havia filas que eu não sabia onde começava ou terminava. Então Desisti do horário de encaixe porque sabia que só chegaria a tempo para meu horário agendado.

  Fiquei aguardando na fila até conseguir chegar ao guichê, o horário de saída do próximo ônibus para Bragança Paulista era as 13h30, e nessa hora veio o desespero: Sabia que com o congestionamento na rodovia, eu não conseguiria me apresentar com a antecedência de uma hora para o voo.

  Conversei com a atendente e por sorte abriu um novo ônibus com saída para as 11h15, eu era o próximo da fila. Comprei a passagem e fiquei aguardando até o horário. Normalmente, o ônibus para Bragança Paulista sai da rodoviária com intervalos de uma hora. No embarque perguntei ironicamente ao motorista: “Será que vai demorar?” Ele respondeu: “ Compre água e comida que vão ser umas 4 horas de viagem”.

  Na Rodovia Presidente Dutra, a 2km da intersecção com a Rodovia Fernão Dias, já estava tudo parado. Assim fomos, em velocidade ultra reduzida até Bragança. Na metade do caminho, liguei para o aeroclube avisando que chegaria atrasado. Cheguei faltando 30 minutos para o voo, mas como havia avisado e já sabiam do congestionamento no percurso, desconsideraram o atraso.

  Apresentei-me para o voo, inspecionei a aeronave e fui ao briefing. A conversa sobre a manobra foi:
  * Decolar e fazer o cheque de 500’ AGL;
  * Manter o circuito fazendo curvas de pequena inclinação e subindo até 1000’ AGL;
  * No último terço da pista, abrir o ar quente e no través da cabeceira iniciar o voo planado (1000 RPM, 65 MPH). Compensar a aeronave, rodar base e final;
  * Cruzando a cabeceira, devemos quebrar o planeio e arredondar a aeronave suavemente até estolar e tocar de três pontos.

  No voo anterior consegui eliminar o zigue-zague, mas ainda falta um pouco para ficar legal. Já estava familiarizado com os toques necessários nos pedais para manter o controle direcional. Notificamos, acionamos e taxiamos até a cabeceira 34.

  Completei motor, quando houve indicação de velocidade, levei o manche à frente dando vários “tapinhas” nos pedais para conseguir manter o controle de maneira satisfatória, rodei a 60mph, chequei 500’, comecei o circuito de tráfego, no ultimo terço da pista abri o ar quente e iniciei o voo planado, trouxe a aeronave para a rampa e vim compensando, quando passei as faixas na cabeceira, quebrei o voo planado e trouxe o nariz devagar usando os pedais para manter o eixo da pista, entrei forte de roda. Foram três quiques. No ultimo, colei o manche e esperei a aeronave ficar no chão.

  O instrutor pediu para livrar a pista em todos os pousos para treinarmos a decolagem. Ingressei na pista, completei motor, decolei, fiz o circuito, e novamente na final para pouso, começou a soprar um vento de través. Não efetuei a correção de maneira correta e acabei tocando fora da center-line com uma leve entrada de roda que bastou colar o manche para a aeronave ficar no solo. Livrei na principal e taxiei para nova decolagem.

  Na final para pouso, trouxe a aeronave fazendo correção de vento, toquei três pontos só que tive que comer muita pista. Livrei na biruta e recebi um elogio do instrutor pelo bom pouso: “Torquato, comer pista nessa situação é normal. Não vou cobrar para você pousar no inicio da pista agora. Primeiro eu quero que você aprenda a pousar”. Foram mais dois pousos parecidos, estava começando a pegar o jeitão do paulistinha. Tenho que melhorar para ser aprovado, mas já foi um avanço.

Boa semana a todos.

Renato Cobel
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