Prático de Piloto Privado 28

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  Saudações Comandos.

  Após ter abortado a ultima missão, o próximo voo era para 08h. Estava sem carro, e não tinha como chegar no aeroclube no horário de apresentação previsto, então resolvi sair no dia anterior, dormir em Bragança e acordar cedo para me apresentar.

  Peguei um ônibus na noite anterior, fiquei no aeroclube conversando com a galera e ouvindo suas histórias, puxadas estranhas de cobertor no meio da noite e coisas do tipo. Vendo a galera treinando correções, tendo que efetuar pousos com vento de cauda, e eu dando nota para os pousos.

  Acordei no dia seguinte bem cedo, me apresentei para o voo, era a mesma instrutora, e o vento estava de través. Tomei café da manhã, inspecionei a aeronave e fui para o briefing, o interessante de ser o terceiro voo seguindo com a instrutora é que ela se familiarizou com meu voo, além de deixar a aeronave mais bonita.

  Brifamos e a instrutora disse: “Foram três horários diferentes, o vento insiste em ficar de través, então vamos para Atibaia (SDTB). Normalmente quando aqui está de través, lá está alinhado”. Notificamos e fomos voar.

  Algumas considerações: A pista de Atibaia é de terra, tem 800m de comprimento (400m menor que Bragança), aproximação é feita pelo setor E do aerodromo, pistas 02/20, normalmente opera a 02 que tem uma plantação de eucalipto próximo, fica ao lado da Rodovia Fernão Dias, uma das referências é o Hotel Bourbon.

  Decolamos da 16, mantivemos a proa até 1000’ para livrar o circuito de tráfego, curva a direita, aproei um morro ao lado de Atibaia que não sei o nome,subimos para 4500ft para ingressar no circuito de tráfego , e desci para 3600ft.

  Ingressei no circuito fazendo uma curva à esquerda interceptando a perna do vento para utilização da pista 02. No último terço da pista, abri o ar quente, no través da cabeceira, iniciei o planado.

  Em uma rápida observação, reparei que a plantação de eucaliptos é grudada na cabeceira. Em um pensamento rápido: Estou aprendendo a pousar, aeródromo diferente, menor, com obstáculo. Então fiz uma aproximação um pouco alta para ter total ciência da situação.

  Quando chegamos a Atibaia o vento também estava de través. Entre os aeródromos, o preferível é Bragança, mas como já estava ali, resolvi fazer alguns TGL’s para ganhar bagagem.

  O vento me empurrava para a rodovia, e eu estava fazendo as correções e chegando mais alto pelo receio dos obstáculos. Pela pista ser de terra, não tinha marcações da linha central, mas se tem uma ideia. Quebrei o planeio, toquei o solo, colei o manche e livramos à esquerda para retornar a cabeceira.

  Chegamos ao ponto em que a taxiway termina e temos que atravessar ao outro lado, e continuar até a cabeceira 02. Éramos os únicos operando no aeródromo, atrevessamos, continuamos o taxi e ingressamos com cuidado porque tinha uma vala. Alinhamos e decolamos.

  A instrutora me informou para não esquecer a correção do vento na decolagem. Apliquei todo motor, manche à frente, quando levantou a cauda e consegui enxerga a frente, tem o Bourbon logo na cabeceira, ele fica em uma distância de 1,7km, nada que atrapalhe, mas tem uma impressão legal na decolagem.

  Decolamos, fizemos o circuito para novo pouso, 8h da manhã e a temperatura estava baixa, atmosfera calma, só estava ventado. Trouxe para pouso, fazendo as correções e novo toque. Do lado de fora a aeronave sobe um pouco, mas do lado de dentro a sensação é que quebrou o trem de pouso.

  Enquanto livrava, havia dois homens próximos às placas de balizamento (branco e vermelho; branco e azul) com uma enxada na mão só observando. Quando passei ao lado deles, ele ficaram olhando e deviam pensar: “Como esse moleque é ruim!”

  No pouso seguinte, estava acertando quase tudo: Decolagem, circuito, aproximação, correções, quebra do planeio. Só errava o toque. Toquei e arremeti, livrei o circuito e voltamos para Bragança. Pouso completo.

  Cheguei em Bragança, ingressei no circuito, lembrei da história do “bode na sala” e fiz um pouso, proporcionalmente muito bom em relação aos outros, mas nada que fizesse minha manobra ser satisfatória.

  Cortei motor e fomos ao debriefing. Seguinte, eu tenho 10.3h na mesma manobra. Todos alunos que não são aprovados na manobra em menos de 10h, significa que está com alguma deficiência. Então me encaminharam para o CID (Conselho de Instrução e Disciplina), nesse momento eu sentaria com algum instrutor mais antigo que, teoricamente, ele é mais sensivel para perceber meus erros e me corrigir de maneira melhor.

Agradeci o voo.

Boa semana a todos.

Renato Cobel
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