Prático de Piloto Privado 34

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Saudações Comandos.

Após ter abortado o voo no Aeronatal, voltei ao aeroclube para repetir a manobra de 360º na Vertical. Como de costume, sempre chego cedo e me apresento.

Tinha meu voo agendado para as 13h45 da tarde, e estava um calor insuportável. Inspecionei a aeronave e fui à sala de briefing. Conversando com o instrutor provavelmente nós decolaríamos da cabeceira 34, por isso teria que tomar outras referências, que seria uma estrada que cruza a cabeceira e o prédio do DAESP. O resto você já sabe, mas vamos repetir:

  1. Decolar;
  2. Fazer todo o circuito padrão;
  3. Rodar base;
  4. Final mantendo 1000 pés;

Na vertical da cabeceira se abre o ar quente, e na vertical do primeiro terço inicia o voo planado, fazendo uma curva de 135º e iniciando o afastamento. Posteriormente inicia-se uma mini perna do vento, rodando base e final. Intuito é tocar no primeiro terço sem precisar glissar ou dar motor. Caso esteja baixo na perna do vento ou base, pode encurtar e ir direto para pista.

Notifiquei e voltei ao pátio. Rapidamente acionamos e taxiamos até a cabeceira. Iniciei a corrida, levei o manche a frente e defleti para o vento. Não defleti o suficiente e a aeronave tendeu a ficar de dois pontos. Defleti mais o manche e consegui abaixar a outra roda, segurei a aeronave no solo até 60 mph e decolei.

Fiz todo o circuito de tráfego, deixei uma fresta aberta da janela para entrar um ar e resfriar um pouco o ambiente, mas não era o suficiente e caso abrisse um pouco mais, já iria interferir no velocímetro. Então tive que aguentar o calor.

Com o vento em torno de 10 kt, fiz todo o circuito tranquilamente, apenas corrigindo com o pedal para o lado do vento. Após rodar final, as coisas começam a ficarem chatas, pois precisa manter uma correção e ao mesmo tempo fazer todos os procedimentos. Cruzando as referências, iniciei o 360º.

Fiz uma curva de média, ficando próximo da pista, mas tive a ajuda do vento, que me afastou o suficiente. Pensando que ficaria longe, rodei mini base e final. Acontece que o Paulistinha plana bastante e cheguei a tocar no inicio do segundo terço.

Arremeti e novamente outro circuito. Após as referências iniciei o 360º, mas se pode complicar, para que facilitar? Por causa do horário tem uma maior concentração de urubus, logo algo a mais para preocupar-me. Além das referências, vento, correções, cheques, inclinações, velocidades, altitudes e razões de planeio, ainda tinha na reta final alguns pássaros.

Quando interceptei a mini perna do vento, tive que fazer uma curva para direita a fim de desviar dos pássaros e posteriormente rodar base e final. Talvez até tenha ajudado, pois toquei no primeiro terço. 

Arremeti e outro circuito, esse foi um pouco trabalhoso, pois tinha um pouco de turbulência, parecia que estava de carro em uma rua esburacada, iniciei o 360º, em todos os meus outros pousos até agora, sempre cheguei alto, pois o Paulistinha plana. Resolvi alongar bastante para saber até onde o Paulistinha consegue ir. Rodei base e final bem afastado. Aeronave veio afundando e eu vi que não ia chegar, comecei a dar motor e toquei no primeiro terço.

Perdi o circuito, mas descobri o limite. Arremeti e fiz novo circuito, mas nesse eu já errei mesmo e cheguei baixo. Dei motor para poder chegar à pista, toquei, controlei no solo e completei motor. Na perna do vento, o próprio soprava com mais intensidade, rodei base e final, passei as referências e comecei o 360º.  Toquei no primeiro terço.

No circuito seguinte, cheguei alto e no ultimo circuito, rodei base e final, mantive os 1000 pés cravados e comecei o 360º, fiz o afastamento, o deixei afundar, rodei base e final. Olhava a pista à frente, olhava o velocímetro, quebrei o planeio e fui arredondando, arredondando, arredondando.

Quando fui colar o manche, a aeronave deu uma flutuada, levei o manche um pouco a frente para não estolar alto, mas entrei de roda. Evitei um erro, mas cometi outro.

Taxiamos e cortamos o motor. No debriefing, o instrutor disse:

“De seis pousos, você chegou alto em dois, baixo em dois e certo em dois. Em caso de pane real, melhor chegar alto do que baixo. Porque alto você pode glissar e chegar à pista, já baixo a probabilidade de sair inteiro é menor. Então nessa manobra você está satisfatório”.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=dluoi853O1U]

Próximo Voo – PS12 – Emergências no Circuito.

Boa Semana a todos.

Rafael Torquato

Renato Cobel
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