Propulsão nuclear em bombardeiro nuclear?

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A energia nuclear é algo tão temido quanto magnífico. Os principais motivos, claro, são pela sua toxicidade, que é baseada na radiação emitida pelas substâncias envolvidas na reação nuclear. Todo material utilizado para isso é fonte de radioatividade, sendo extremamente tóxico.

A descoberta da radiação ionizante foi feita pela polonesa Marie Skłodowska. Ela sofreu envenenamento radioativo em 1898, por manipular materiais radioativos de forma inadequada. Isso causou inflamação nas pontas dos seus dedos, levando-a a morrer de leucemia.

Mesmo depois daquela época, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, foi notado que a energia nuclear era algo tão poderoso que chegava a ser fantástico, principalmente por ser algo muito barato. Essa energia pode mover o mundo, principalmente equipamentos para o uso militar.

Imagine só, navios e submarinos navegando por anos por influência da energia nuclear, que fantástico que é… Agora quem sabe se nós imaginarmos um avião, a coisa fica mais fantástica ainda? Pois é. O programa Aircraft Nuclear Propulsion começou a dar vida e possibilidades para o uso dessa energia. Desenvolvido em colaboração, só foi possível por conta da General Electric haver disponibilizado e criado um motor compatível para o uso.

Como nenhuma aeronave foi criada para comportar motores desse tipo, a Convair projetou o NB-36H, passando a dar vida a uma nova corrida: bombardeiros nucleares movidos a energia nuclear. Conhecido como Crusader, ele foi totalmente equipado para esse fim. Para se ter uma ideia, suas janelas tinham de 10 a 12 cm de espessura, e no lugar de um simples vidro, havia um vidro contendo chumbo ao invés de cálcio.

Essa aeronave completou 47 testes e 215 horas de voo, sendo que 89 horas foram realizadas com a utilização do reator nuclear. Mesmo com tamanho avanço, o programa foi considerado inviável pelo então Presidente Dwight Einsenhower, que acabou cancelando-o definitivamente, assim como os projetos derivados desse programa.

Entretanto, como a aeronave não pôde voar com energia nuclear, a USAAF testou a viabilidade de um míssil chamado SLAM, que seria movido a energia nuclear. Mesmo nunca tendo sido lançado, seus motores foram testados em solo a bordo de um veículo de teste ferroviário.

A princípio, as intenções desses testes em aeronaves eram pesquisar a eficiência das blindagens leves contra emissão de radiação. Todos os projetos para este programa nunca foram continuados, e suas aeronaves nunca entraram em produção, tornando escassas as referências sobre tais experiências.

Andrews Claudino