Um VANT operado pela Polícia Federal em São Miguel do Iguaçu está fora de operação há aproximadamente quatro meses. A aeronave possui tecnologia israelense e foi comprada pelo governo brasileiro por R$ 8 milhões. Como possui sensores e câmeras, sua missão é monitorar e impedir o tráfico e contrabando na fronteira do país. Mas após três meses de ter feito seu voo inaugural, não aparecem resultados de seu uso. Pequeno e silencioso, mas possível de ser notado, seu teto operacional é de 10 quilômetros, podendo fazer buscas, investigações e vigilâncias em tempo real, podendo identificar até a placa de um veículo em movimento. As imagens capturadas pelo avião são enviadas a uma central comandada pela PF, e essas imagens podem ser transmitidas por satélite a qualquer base relacionada.
Para estudar o investimento, o equipamento foi testado em 2009, não foi o único voo programado. O modelo foi apresentado oficialmente no fim do ano passado, mas moradores da cidade confirmam que era mais comum vê-lo sobrevoar a região quando estava em fase de testes do que agora. Alguns populares ainda afirmam que desde a solenidade, o avião deixou o hangar que fica no aeroporto da cidade, onde hoje só operam voos particulares. Informações extraoficiais dão conta que o equipamento está inoperante por uma série de motivos, um deles seria a falta de recursos para a compra de combustível e inexistência de estrutura para mantê-lo no ar, o que poderia envolver a manutenção. Esse será um dos principais pontos de abordagem do 1º Fórum Regional de Segurança Pública que será realizado na metade de fevereiro. O evento é organizado pela AMOP (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná) e, segundo o presidente Eliezer Fontana, os prefeitos querem saber e vão perguntar ao governo por quê o equipamento não está atuando como deveria.
A possível inoperância vai além. Agentes da Polícia Federal que já estavam na região antes da chegada do VANT não estão contentes como o que vem ocorrendo. O grupo, ou boa parte dele, não sabe o que o avião está fazendo. Esses agentes não teriam tido o direito de trabalhar com o equipamento e também não sabem que resultado rendeu até agora. Esses agentes tinham como promessa a atuação conjunta com a base, mas nunca chegaram próximos da aeronave. A alegação do grupo é que hoje no Oeste existem duas polícias federais atuando: A que trabalha, e a que não tem a oportunidade de trabalhar com o VANT. A segurança física é feita por homens da Força Nacional. O Paraná esteve no local, contatou informalmente com agentes que disseram não poder falar sobre o assunto. Também não foi permitido fazer imagens do avião, mas houve a garantia de que ele está operando normalmente.
A promessa do equipamento era revolucionária. Sua aquisição tornaria a PF brasileira a única no mundo a contar com uma tecnologia tão avançada e com autonomia de voo de até 20 horas. Em Brasília, apesar de diversos contatos com o comando da PF, não houve informações nem foi repassado diagnóstico das investigações e operações realizadas.
Por Antonio Ribeiro
Revisão: Athos Gabriel