Venezuela pode ter derrubado A-29 colombiano

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Para poder avaliar o anúncio da queda de um Super Tucano colombiano, é necessário cautela, pois os narco-terroristas colombianos com certeza usarão isso para elevar a moral de seus homens, que anda baixa. E com certeza seria difícil achar uma propaganda melhor, já que o modelo participou de algumas ações, como o ataque que matou o número 2 da guerrilha, no ano de 2008.

O que intriga nesse ‘anúncio’ é que a Colômbia comprou 25 aeronaves em 2006. Se a Farc realmente abateu o caça, militares da guerrilha com certeza tiveram acesso às aeronaves. Canhões antiaéreos não combinam com guerrilhas na selva, mas um sistema de mísseis portáteis pode ter sido usado na ação, pois sua base de disparo é o ombro de um atirador.

Nesse caso, voltemos para o governo de Hugo Chávez (que apoia a Farc declaradamente) incidentalmente, possui grandes estoques de SA-24 Igla-S, o mais moderno modelo russo de míssil portátil. A Rússia vendeu até 1.800 unidades do míssil para os venezuelanos. O país já anunciou ter gasto ao menos US$ 5 bilhões em gastos com armas russas. 

Na época da venda, a diplomacia americana se mostrava preocupada com a eventual transferência dos Igla-S às Farc, segundo telegramas vazados pelo site WikiLeaks, fonte de alguns problemas do governo americano. Em 2011, o Congresso americano ouviu de militares que as Farc, por sua vez, poderiam fazer o material chegar aos seus aliados nos cartéis mexicanos de tráfico de drogas. Naturalmente, a Venezuela descarta tais hipóteses como fantasiosas. 

 Os mísseis Igla-S são capazes de destruir alvos a até 3,5 km de altitude, seguindo o calor de seus motores. O Brasil faz jus ao seu costume de operar armas antigas, e opera uma variante mais antiga do modelo, com cerca de 50 lançadores em condições de uso. 

 Mísseis portáteis já mudaram a narrativa de conflitos no passado, como no caso dos Stinger americanos utilizados pelos guerrilheiros islâmicos no Afeganistão contra a ocupação promovida pelos soviéticos entre 1979-89. A derrubada de helicópteros de ataque e caças de ataque ao solo é considerada fator contribuinte para a retirada da Rússia. Mas é cedo para saber seu impacto na selva colombiana. Só o futuro dirá o que realmente aconteceu.

Por Antonio Ribeiro

Renato Cobel
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